30- Tudo mal

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Luke Patterson

A minha vida se baseava em estúdio, festas e minha casa. Os meus amigos não aguentavam me ver mais trancado dentro da mansão depois de um dia cansativo de ensaio e por isso, sempre quando eu chegava, estavam no sofá me esperando.

Aconteceu a mesma coisa naquele dia. Assim que abri a porta da sala, Cris, Reggie, Alex, Arthur e Jonathan estavam jogados no sofá da sala comendo porcarias e bebendo alguma coisa, assistindo um jogo de basquete que passava na TV.

- Bro, você chegou! – Reggie disse, dando um gole na garrafa de cerveja.

- E ai galera. – Falei, chegando mais perto deles.

- Patterson, abriu uma boate nova em Los Angeles. – Alex disse. – A gente precisa ir.

Franzi a testa.

- Hoje?

- Sim. – Ele sorriu.

- É segunda-feira, Alex. – Falei, me aproximando da mesa e pegando uma cerveja fechada, abrindo a própria e dando um gole.

- E daí? Por um acaso tem dia para Luke Patterson sair? – Ele disse com um sorriso nos lábios.

- Amanhã vou ter que estar no estúdio às 8 da manhã. - Falei.

- Você já ficou 4 dias seguidos sem dormir. – Cris disse, me olhando e depois dando as costas, voltando a prestar atenção no jogo.

- Tudo bem... – Resmunguei, me sentando no braço do sofá. – Que horas?

- 23 horas a gente passa aqui. – Jonathan disse, se levantando. – É melhor eu ir pra casa, eu volto aqui às 23 horas.

- Tudo bem, não se atrase.

Ele riu.

- Relaxa. – E deu dois tapinhas nas minhas costas, me abraçando em seguida. – Você está bem?

Assenti, sorrindo de leve.

- Na medida do possível.

Ele riu fraco.

- Ótimo, hoje vou te fazer se sentir ainda melhor. – Franzi a testa e ele continuou: - Mulheres, Patterson!

Ri fraco e assenti, então ele deu as costas e gritou um 'tchau' para os meninos que responderam o mesmo, mas sem muita cerimônia já que todos prestavam atenção no jogo.

- Olha... – Eu disse. – Vou tomar banho.

- Ok. – Cris falou.

- Pode ir. – Jonathan disse.

Reggie não falou nem se quer uma palavra. Ótimo, todos estavam olhando pra TV como se tivessem sido abduzidos.

Subi as escadas em silêncio e fui em direção ao meu quarto. Assim que eu dei meu primeiro passo dentro do local, a janela do mesmo bateu por conta do vento e fazia um barulho enorme; a cortina balançava. Em passos rápidos fui até a janela e antes de fechar, olhei pra janela do quarto de Julie e a luz estava apagada. Senti um aperto tão grande.

Eu sentia muito a falta dela, muito mesmo. Eu queria saber como ela estava, queria as nossas tardes juntos, nossos jantares mesmo sendo um pouco de teatro, mas ela estava ao meu lado, rindo como ninguém e toda insegura, segurando na minha mão como se eu fosse escapar.

Eu queria saber como estavam seus dias na faculdade, o que ela havia aprendido, se ela estava estressada por ter acordado cedo ou por um professor chato que pegou no seu pé.

Se as suas provas já haviam começado e se ela já apresentou o trabalho de Anatomia que ela havia me falado.

Eu queria saber dela. Queria ouvir a sua voz e a sua risada boba. Queria o seu beijo, o seu abraço, o seu carinho no meu cabelo e as suas carícias. Queria o seu corpo e o seu jeito inocente, mas, quente. Eu a queria comigo, mas agora era tudo o que eu menos tinha.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora