Capítulo 27

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-Bom... A... A Cecília – Mordo o lábio – Talvez não seja sua filha – Gaguejo e me seguro mais forte a cadeira para não cair no chão e vejo ele levantar rapidamente e derrubar o copo no chão.

-Como assim talvez a Cecilia não seja minha filha? Ela é minha filha sim independente do que você ache – Ele aumenta o tom de voz – Como assim talvez a Cecilia não seja minha filha? – Ele repete a pergunta e solta uma risada ríspida.

-Você sabe que depois que a gente terminou eu tive um caso com o Caique e bom, acabou acontecendo – Ele dá um passo para trás indignado.

-E você não sabia que existia uma coisa chamada camisinha? – Ele ergue os braços para cima frustrado – É claro que não, porque se soubesse até a Cecília não teria nascido antes do planejado!

-Isso não é justo, você não tem o direito de me julgar – Grito.

-Eu não tenho o direito de te julgar? Você transou com um cara sem a porra da camisinha, eu me virei em dobro pra sustentar a Cecília pra você vir agora e jogar na minha cara que talvez ela não seja minha filha e eu não posso te julgar? – Ele grita de volta e se aproxima – Como você pode ser tão baixa Melissa?

-Eu, baixa? Desculpa se eu não posso errar com o Senhor perfeito, mas eu não imaginei que isso aconteceria – Vejo ele fechar o punho e me afasto, sei que ele não seria capaz de me machucar, mas a essa altura, eu mesma me machucaria.

-Eu não sou perfeito – Ele continua gritando – Mas eu nunca errei com você ou com a minha filha como você tem feito a anos, eu nunca fiz minha filha passar por situações nojentas ou perigosas, eu nunca troquei minha filha por um homem, então não venha querer se vitimizar – Passo a mão no rosto limpando as lágrimas – Eu nunca, nunca vou deixar de amar a Cecília, independente de qualquer coisa, e eu espero que você não estrague o natal dela com essas baboseiras – Ele sai do escritório batendo a porta.

 Eu avisei que essa conversa mudaria todo a vida da nossa Cecília.

*Cecília Pov's*

Nos sentamos na mesa de jantar e sorrio agradecendo mentalmente aquele banquete, olho a minha vó sentada ao meu lado que também agradece mentalmente e sorrio colocando a minha mão por cima da mão dela.

-Bom – Meu pai começa a falar e todos olhamos para ele, o único que permanece em pé com uma taça de vinho em mãos – Eu gostaria de agradecer a presença de vocês nesta noite e dizer o quão grato eu estou por ter minha filha ao meu lado neste natal e não por uma tela ou pedaço de papel – Sorrio e vejo minha mãe ficar vermelha e com os olhos cheios de lágrimas – Não sei quantos de vocês tem uma religião, mas gostaria de pedir para que rezemos um pai nosso antes de comermos.

Após rezarmos, começamos a comer e a conversar, deixando de lado todas as nossas rinchas, mas minha mãe ficou calada o jantar inteiro praticamente, como se estivesse incomodada com algo, Adam de vez em quando virava me olhando e esquecia do mundo, eu disfarçava e quando olhava para o lado, via Hilary e Christian trocarem olhares chateados, suspiro e balanço a cabeça em negação.

-Aconteceu algo querida? – Minha vó sussurra – Parece chateada com algo!

-Podemos conversar lá fora depois do jantar vó? – Sussurro de volta e ela assente com a cabeça.

-O que houve Cecília? – Meu pai diz e todos olham para mim e sinto vontade de sumir.

-Não houve nada – Sorrio – Por que?

-Você parece incomodada com algo – Deve ser com a sua pergunta na frente de todos e o motivo de estar no meio de dois garotos que gostam de mim, uma menina que agora quer a minha cabeça e minha mãe que está agindo estranho desde que chegou.

-Estou incomodada que ninguém tocou no nome sobremesa – Mordo o lábio disfarçando.

Meu pai arqueia uma sobrancelha e chama a garçonete pedindo para arrumar a mesa para a sobremesa, me encosto na cadeira aliviada e minha vó aproveita a deixa e se levanta, levanto junto e saio atrás dela, ela me leva até o jardim e se senta em uma das mesas, me sento de frente para ela.

-Vó – Suspiro – O que eu faço? Eu estou literalmente passando a noite com dois caras que gostam de mim e transformam qualquer aproximação do outro em uma alfinetada!

-Como assim? – Ela me encara – É normal que o Christian se sinta ofendido, ele tem que ficar vendo outro homem dando em cima da namorada dele, não é fácil – Bato a mão na testa, ninguém sabe que eu terminei com o Christian.

-Eu terminei com ele mais cedo vó, ele agiu de um modo totalmente desnecessário em relação ao Adam e eu percebi que não quero ficar com alguém que age de maneira escrota quando está com ciúmes sabe!? – Minha avó coloca sua mão por cima da minha e sorri.

-Eu estou tão orgulhosa de ver como você cresceu, depois de tudo que você viveu, eu fico tão feliz em ver que seu pai tem feito tanto por você e como a distância te mostrou a necessidade de ser você mesma e se impor sem medo – Suspiro e abaixo a cabeça sorrindo fraco.

-Eu só não sei como reagir a tudo isso, eu já estava esgotada com algumas coisas, minha mãe não ajudou muito querendo bancar a autoritária – Reviro os olhos – E essa pressão toda de escolher o certo, mas não magoar ou estragar relações também me machuca, eu só queria uma pausa disso tudo – Continuo de cabeça baixa.

-Estragar relações? Não se preocupe minha querida – Ela dá um sorrisinho amarelo – Aproveite sua noite ao máximo, daqui a pouco é Natal oficialmente e sabe o que dizem, passar a noite da véspera e o Natal de mau humor, causa má sorte – Ela sussurra e eu dou risada – Estou falando sério – Ela olha para trás e sorri – Acho que vocês precisam conversar – Ela sussurra e se levanta, arqueio a sobrancelha e viro meu tronco para trás na cadeira.

*Continua...


Uma hora a margarida aqui teria que aparecer e atualizar a história e esse momento chegou, mais um capítulo quentinho para vocês, espero que curtam e surtem, beijinhos!!!

Destinos cruzados: vôo 8.552Onde histórias criam vida. Descubra agora