-Oi, podemos conversar? - Anne diz sem jeito assim que abre a porta e se encosta no batente sorrindo fraco - Seu pai me pediu para que eu subisse para ver como você está e ver se está precisando de algo - Faço um sinal para ela entrar e sentar no espaço livre na cama, ela entra e se senta - Aconteceu algo?
-Não - Suspiro e ela me olha - Quer dizer, aconteceu, mas não quero que meu pai saiba e faça algo, seria mais vergonhoso ainda!
-Olha, eu sei que a gente mal se conhece, só nos vimos dois dias e em um deles você não estava bem, mas pode contar comigo, eu sei que é difícil confiar em alguém que você conheceu minutos depois de ter pego...
-Tendo uma transa casual com o meu pai? – Eu sugiro e ela assente com vergonha.
-Mas eu juro que eu não quero só usar seu pai ou algo assim, eu gosto dele e não é de agora – Eu sorrio fraco, eu consigo imaginar ela fazendo meu pai feliz – Mas o assunto não é esse, o assunto é você – Conto tudo para ela com os olhos cheios de lágrimas e ela me abraça – Não precisa chorar, posso ser sincera? – Assinto e me afasto – Acho que eles fazem isso porque sabem que isso te afeta, você deveria ignorar eles e mostrar que é bem mais do que uma menina sensível – Ela faz uma pausa quando ouve uma batida na porta e meu pai abre a mesma.
-Hey, vocês estão bem aqui? Estava pensando de sairmos os quatro para jantar!
-Os quatro? - Nós duas perguntamos juntas e encaramos meu pai.
-Sim, nós três e o seu filho - Ele diz olhando para a Anne que começa a tossir como se tivesse se engasgado e eu dou um tapinha em suas costas.
-Desculpa, não esperava por essa - Ela diz com a voz meio falha por conta da tosse - Claro, só preciso mandar uma mensagem para o Christian ver se consegue sair mais cedo da cafeteria - Arregalo os olhos, será? Não é possível, como era o nome do gatinho da cafeteria mesmo? Chistopher ou Christian? - Podemos continuar nossa conversa depois? - Assinto e ela se levanta saindo do quarto.
-Vamos sair daqui que horas? - Olho meu pai.
-As oito, amanhã os três trabalham e você tem aula!
-Falando em aula, você já falou com os pais da Lauren?
-Já sim, eu liguei para eles hoje cedo e eles deixaram - Dou um pulo de alegria e sorrio - De nada - Eu pisco e ele sai rindo.
Olho para o relógio e vejo que são seis e meia, tenho uma hora e meia para me arrumar, me levanto e pego meu celular vendo que tenho dez novas mensagens de três conversas, desbloqueio o celular e vejo pela barra de notificações as mensagens, cinco mensagens no grupo que a Lauren criou, duas mensagens de um número não salvo, provavelmente do Adam e duas mensagens do meu pai de mais cedo avisando que já tinha chego e uma da minha mãe dizendo para eu marcar um horário para ligar para conversar com a minha vó, assim que chegar eu respondo ela. Ando até o closet e fico parada em frente ao mesmo pensando no que usar, minha vontade é de usar uma calça jeans e um moletom, mas tenho certeza de que meu pai vai querer nos levar em um restaurante desses cheios de frescura, opto por um vestido de alcinha azul simples, um pouco acima do joelho e uma sapatilha preta lisa, deixo em cima da cama e vou para o banheiro, tomo um banho rápido e me troco, faço uma maquiagem leve usando rímel, delineador e gloss labial, fico parada em frente ao espelho.
-Vamos nos atrasar para a missa – Minha vó diz entrando no quarto e eu a olho ajeitando a blusa social – O que é tudo isso? – Ela pergunta apontando para o meu rosto.
-Maquiagem? – Eu digo guardando o rímel.
-Estou falando desse exageiro todo – Ela se aproxima e pega um pedaço de algodão – Você não está indo em uma festa ou trabalhar ali na esquina, você está indo para a casa de Deus, trate de tirar tudo isso agora – Ela me entrega o algodão e eu reviro os olhos – Você tem cinco minutos se não vamos pegar a missa pela metade já!
-Não tem nada a ver vó, não é só quem vai para festas ou quem trabalha ali na esquina como á senhora diz, que se arruma, toda garota gosta de ficar um pouco mais bonita – Eu digo pegando um lenço demaquilante e começando a limpar o rosto – Você tem que parar de achar que quem usa maquiagem é mulher fácil ou que gosta de balada – Eu a olho – Estamos no século vinte e um!
-Chega, vou te esperar na calçada com a Cleide – Ela sai do quarto e eu termino de retirar a maquiagem.
Antes de ir morar com a minha vó por parte de pai, sempre cresci com a minha vó sendo super religiosa e me dizendo o que era certo e o que era errado e isso me tornou a adolescente que eu sou hoje, ás vezes eu esqueço que até meus quatorze anos eu era proibida de fazer tantas coisas, que desde que passei a poder, nunca as fiz.
-Está pronta Cecí? – A Anne aparece na porta do quarto me trazendo a realidade e eu a olho – Você está linda – Ela sorri e eu fico sem jeito.
-Obrigada – Digo sem graça e dou uma última olhada no espelho – Você também não está nada mal para quem foi pega de surpresa – Percebo o que disse e dou um tapa na testa – Quer dizer...
-Eu entendi! – Ela dá uma risada – Vamos? O Christian vai nos encontrar lá – Assinto e pego meu celular.
Chegamos ao restaurante vinte minutos depois e entramos assim que o manobrista pega a chave do carro com meu pai, um rapaz bem vestido vem em nossa direção com um tipo de caderno em mãos e sorri ao ver meu pai.
*Cap NÃO revisado
Obs: Desculpem o sumiço, na terça meu notebook travou e eu não conseguia mexer em nada e ontem caiu uma chuva feia na cidade onde moro e aqui no meu bairro uma árvore caiu arrebentando os fios e o bairro ficou sem energia desde ontem ás 17:00 da tarde, até hoje a tarde, peço de coração que me desculpem, um pouco mais tarde ainda hoje saíra o capítulo 14.
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Destinos cruzados: vôo 8.552
RomanceCecília viu sua vida virar de cabeça para baixo quando seu pai ganhou sua guarda e ela se viu obrigada a ir morar com ele nos Estados Unidos por conta de seu serviço, mas ela nem imaginava que com essa mudança conheceria suas melhores amigas e passa...