Capítulo 15

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Assim que chego em casa subo direto para o meu quarto e coloco pijama, quero evitar até onde der conversar com meu pai sobre o Adam ou o Christian, me deito para mexer no celular e finjo estar dormindo quando o mesmo entra no quarto, ele apaga as luzes e sai, acendo a luz do abajur e pego meu celular, vejo que Christian me mandou as fotos, agradeço e digo que amanhã conversamos, fico analisando as fotos para postar, escolho a que eu estou na pérgula e edito a postando em seguida, deixo o celular no criado-mudo e apago o abajur. Acordo com o barulho irritante do despertador e me sento desligando o mesmo "Sexta-feira, Sexta-feira, Sexta-feira" repito para mim mesma e me obrigo a levantar, vou me arrastando até o closet, pego uma blusa de alcinha lisa, uma saia plissada rosa bebê e um uma sapatilha preta e deixo meu cabelo solto. O outono aqui é bem diferente do Brasil, quer dizer, todas as estações são diferentes, eu ainda não me acostumei, mas o outono aqui e diferente, é como nos filmes e ao mesmo tempo não, é bonito como nos filmes, a única diferença é que o outono aqui na Califórnia pelo menos é quente, mas é simples e só tem significado por aqui porque indica que o Halloween e o fim do ano se aproximam. Me sento na mesa da cozinha que está com as coisas do café da manhã posta, mas meu pai não está, deve ter ido mais cedo para o trabalho, começo a ler as mensagens do meu celular, coloco um pouco de suco no copo e continuo lendo, algumas mensagens são de Emma e Lauren comentando sobre o fim de semana das garotas e uma de Emma dizendo que ia se atrasar um pouco para me buscar, duas mensagens da minha avó paterna, uma de Christian me desejando boa noite e uma de Adam, arqueio a sobrancelha e abro a mensagem "Hey Cecí, queria te pedir desculpas novamente por ontem e dizer que hoje a noite darei uma festa aqui em casa, espero que venha e pode trazer suas amigas se quiser, vou te mandar a localização" fico paralisada por alguns segundos, volto a mim quando a campainha toca, deve ser Emma, bebo o suco correndo e me levanto indo abrir a porta.

-Oi – Fico boquiaberta ao ver Adam na minha frente, espera, como ele sabe onde eu moro? Devo estar sonhando, só pode, pisco algumas vezes incrédula e ele balança as mãos em frente ao meu rosto – Cecí? Está tudo bem? Você está pálida – Ele parece, preocupado?

-Ahn... Oi... Estou bem sim, só estou surpresa, quer dizer, como sabe onde moro? Para você é Cecília – Desvio o olhar para a rua, nem sabia que Adam dirigia.

-Bom, tenho meus métodos – Ele se vangloria e eu reviro os olhos – Sabia que é falta de educação não convidar a visita para entrar?

-Sabia sim, meus pais me deram educação – Dou um sorriso falso e cruzo os braços – Acontece que eu já estava de saída para o colégio!

-Pois eu acho que está mentindo, sei bem que você vai para o colégio com a Emma e não estou vendo o carro dela por aqui – Ele olha para a rua, droga.

-Você venceu, pode entrar – Dou espaço para o mesmo entrar e fecho a porta em seguida – Quer beber algo? Estava finalizando meu café da manhã.

-Aceito um copo de suco sim, por favor – Saio andando em direção a cozinha e ouço seus passos vindo atrás de mim, vou até a ilha da cozinha e pego um copo, me viro e dou de cara com Adam me fitando – O que foi? Tem algo errado?

-Não, acho que eu nunca tinha parado para perceber o quão estilosa você é – Ele diz se aproximando e eu fico imóvel com as costas na pedra da ilha – E nem como você fica gata com o cabelo solto – Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e coloca uma mão no meu rosto, tento sair de perto, mas meu corpo não me obedece e continua imóvel – Não vai nem me agradecer pelo elogio Cecí? – Ele fica a centímetros do meu corpo e coloca a outra mão em minha cintura me puxando para mais perto e acabando com a distância que havia entre nós.

-Para você é Cecília, já falei – Tento parecer brava, mas minha voz falha com seu toque sobre minha cintura, começo a formular uma frase em minha cabeça que evapora totalmente assim que seus lábios tocam os meus.

Ele me puxa para mais perto e automaticamente passo os braços em volta de seu pescoço e levo uma das mãos aos seus cabelos, ele continua me beijando e sua língua pede passagem, cedo e nossas línguas se conectam de uma forma incrível, meu consciente me trás de volta a realidade e eu o empurro tomando fôlego.

- O que... O que foi isso Adam? – Pergunto um pouco ofegante e afasto as mãos do pescoço do mesmo – Você já me pediu desculpas, eu já aceitei, agora você tem que ir embora antes que as meninas cheguem e te peguem aqui – Olho para a parede tentando evitar contato visual.

-Você veio de um convento brasileiro por acaso? Estávamos nos pegando – Ele diz com deboche e eu sinto algo amargo parar na garganta – Não sabia que você era do tipo que pegava e depois dava um fora – Reviro os olhos e o olho.

-Como é? Vai embora daqui Adam, eu realmente fui muito idiota de ter uma ponta de esperança de que você tinha vindo me pedir desculpas de verdade ou que estava mudando, mas você só fez isso para ir rir da minha cara com o Trevor – Altero o tom de voz e coloco a mão no rosto para tentar segurar as lágrimas.

-Não é bem assim – Ergo uma mão em frente ao seu rosto o cortando e olho para o lado.

-Vai embora – Mordo meu lábio e ele se aproxima.

-Cecí...

-Você sabe o caminho – Continuo evitar olhar para ele – E é Cecília!

-Espero te ver na festa – Ele diz saindo e eu solto a respiração junto com as lágrimas de raiva e quando ouço a porta fechar, jogo o copo no chão que quebra em vários pedaços, igual eu estou agora, estraçalhada por ter caído na do Adam.

*Cap Não revisado.

**No capítulo 17 entraremos na segunda fase do livro, espero que estejam gostando.

Destinos cruzados: vôo 8.552Onde histórias criam vida. Descubra agora