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Andrew desce do vagão do trem com uma sacola de pano em cada ombro, o gorro verde-escuro amassa seus cabelos, mas o sol que alcança o céu está lá apenas para enganar as pessoas que saem de casa pensando que estará calor. Na verdade, o frio obrigou Andrew a comprar um gorro caso não quisesse pegar uma dor de ouvido com a ventania que batia em seus ouvidos.

O bom de morar a quatro quarteirões de distância da estação de trem, é que Andrew poderia abandonar carros e ônibus. Ele sabia que não fazia sentido, mas os trens soavam muito mais seguros do que carros e ônibus. Seu medo irracional poderia levar a culpa do acidente de carro que matou seus pais adotivos, porém, todas as quintas que ia para a sessão de terapia, ele esquivava das perguntas de sua psicóloga sobre sua infância. Particularmente, Andrew odeia as quintas pelas sessões de terapia, mas Pepper insistiu e ela era bastante persuasiva quando queria, e ele não era capaz de dizer não a ela mesmo que tentasse. Se ela achava que isso o ajudaria a superar seus demônios, a maneira artística que a doutora Stacy gostava de chamar, então ele aceitaria isso.

Andrew ajustou as alças das sacolas nos ombros e subiu as escadas da estação, se preparando para a ventania que iria o receber assim que saísse. O clima em Washington é um pouco instável para o gosto de Andrew, porém foi a maneira de fugir das asas protetoras de Tony, ao mesmo tempo que estava perto o suficiente para ir de trem caso ficasse com saudade. Seria uma mentira se dissesse que não sentia saudade, mesmo que agora Tony tenha Peter Parker, seu novo adolescente favorito, mas Andrew gostava da liberdade que sempre teve e só se enganava que não.

Peter Parker é um garoto adorável, Andrew se lembrava quando esteve no lugar de Peter em ser o adolescente favorito de Tony. Na época, ele se sentiu importante pela primeira vez na vida após a morte de seus pais adotivos, era como ter uma segunda chance para ser feliz. Ser buscado na escola era uma das suas coisas favoritas, o peso da mochila em suas costas se comparava à penas enquanto ele atravessava a rua e via a janela do motorista descer e Happy sorrir para ele. Tony estava no banco de trás com planos para levá-lo ao Mc ́ Donald, apesar de Andrew saber que ele odiava.

Andrew não ocupava um porta-retrato na oficina de Tony, no entanto, ele sabia que Peter ocupava. Ele também não era mais convidado aos jantares, e esperava, honestamente, que Peter fosse porque ele merecia. Parker era o garoto mais doce e gentil que Andrew conheceu, ele sabia o quanto adolescentes podiam ser cruéis e ficava feliz por Peter ter Tony para estar lá por ele se acontecesse alguma coisa ruim.

Ele saiu da estação, encolhendo os ombros com a chuva que o recebeu.

A chuva era uma das coisas que ele odiava em Washington, era uma coisa inesperada, que acontecia de repente e ninguém estava preparado para abrir um guarda-chuva.

Andrew se apressou pelos quatro quarteirões adiante, as mãos enfiadas no fundo dos bolsos do sobretudo. Ele correu no último quarteirão, chegando ao prédio com suas roupas molhadas.

Ele cumprimenta Donna, a senhora de sessenta e sete anos, que foi muito gentil com ele quando ofereceu o apartamento do térreo. Ela é uma senhora gentil que sempre o presenteia com um bolo de coco no domingo à tarde, batendo em sua porta com o bolo em mãos e uma indicação de livro. Ele a ama, e provavelmente não teria continuado no apartamento se não fosse por Donna.

– Olá, raio de sol. – Andrew já está ensopado e com uma possível gripe agendada, então não se importa em parar para conversar com Donna. – Como está Garfield?

Uma das coisas que Donna mais ama fazer é falar de seus gatos, e Andrew ama ouvir sobre, porque, para sua sorte, embora tenha muitas alergias, nenhuma delas é alergia a gato. E, ainda que não tenha alergia a gatos, ele ainda não teve coragem de adotar um.

Lar, doce lar - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora