Lar, doce lar - Bucky Barnes

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Quando Andrew acorda, ele olha para os lados certificando que Bucky estava deitado no colchão inflável, depois se levanta e caminha em direção ao banheiro para voltar a sua rotina de segredos.

Bucky espera que ele tome banho, organizando o apartamento em silêncio, a escuridão banhando janela afora e as luzes apagadas dos comércios e prédios ao redor, indicando que somente eles se mantinham acordados.

Não passaram nem quatro horas desde que Barnes arrastou Andrew pelas ruas, oferecendo um breve aceno para Donna antes de levá-lo para o apartamento. Ele observou Andrew cambalear em direção a cama, caindo adormecido nos lençóis e travesseiros, se encolhendo debaixo das cobertas.

Com as luzes apagadas, Bucky espera sentado no sofá Andrew terminar o banho para que pudessem finalmente conversar sobre o maldito acordo que ele fez com Nick Fury. Não era justo que Andrew tivesse que proteger Barnes quando metade dos Vingadores ainda queria o encontrar, a SHIELD ainda teria os olhos nele para verificar se ele realmente é inocente e Tony Stark irá matá-lo se descobrir que ele está no apartamento de seu filho. Sinceramente, ele se sente mal por ter desconfiado da lealdade de Andrew, porém está mais decepcionado que não pode fazer nada para ajudar Andrew no que quer que ele tenha se envolvido.

Andrew sai do banheiro com uma toalha na cintura e outra menor nos ombros, secando o cabelo enquanto ia em direção a arara de roupas. Seus passos falham e param logo em seguida, assim que percebe Bucky acordado, os hematomas que cobrem seu torso faz Barnes querer saber o que Andrew está fazendo para ter tantos machucados em seu corpo.

– Eu sinto muito por ontem, Barnes. – Andrew sussurra, não há necessidade para falar alto quando só tem os dois no minúsculo apartamento. Ele parece envergonhado quando se aproxima, Bucky não sabe se é porque está seminu ou se era por conta das coisas que fez quando estava bêbado a quatro horas atrás. Seja qual for o motivo, Barnes desvia os olhos do torso nu de Andrew e arrasta seu olhar para o rosto do jovem Stark, que para próximo ao sofá. – A bebida não me faz muito bem.

– Eu percebi. – Bucky levanta do sofá, pegando a caixa de primeiros socorros que levava na mochila onde quer que ia. – Senta, vou lidar com seus machucados primeiro e depois vai me contar o que está acontecendo com você.

Andrew recua, hesita em abrir a boca e quando faz, Bucky deseja que a fechasse novamente.

– Eu já resolvi as coisas, não temos que conversar sobre isso e você não precisa... 

– Cala a boca e senta na droga do sofá. – Bucky exige, porque está genuinamente cansado dos segredos que Andrew esconde. Os ferimentos que cobrem o corpo dele também mexem mais com Barnes do que ele gostaria de admitir, são hematomas cruéis, feitos para matar e não apenas machucar, alguém estava tentando matar Andrew. Aquela percepção de que Andrew fugia da morte fez o estômago de Barnes revirar, engolindo em seco.

Sem hesitar dessa vez, Andrew arrasta os pés até o sofá, sentando na beirada como se tivesse a intenção de correr em direção a porta a qualquer momento. Seus olhos verdes estão arregalados, a pouca luz que foge do banheiro é o suficiente para Barnes observar o desespero em seus olhos.

Bucky suspira, apoiando o peso do corpo em um joelho ao agachar na frente de Andrew, colocando as duas mãos nos quadris de Andrew. Ouvindo a respiração de Andrew falhar, Barnes o empurra para trás até estar com as costas encostadas no sofá. Ele se esforça para não pensar muito sobre Andrew estar apenas com uma toalha na cintura, o separando totalmente de um Stark nu, o que faz Bucky manter os olhos fixos nas próprias mãos.

O silêncio que os atinge é constrangedor, pode estar ligado ao fato de Andrew estar quase nu na frente de Bucky ou pelas mãos de Barnes terem o segurado. Bucky não sabe qual é mais constrangedor, apesar de sentir seus dedos formigarem como se ansiasse por tocá-lo novamente. Esse pensamento é jogado para o fundo de sua mente, ignorando a idiotice que pensou a favor de cuidar dos ferimentos.