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(Capítulo não revisado)

Andrew Stark tem olhos verdes expressivos, permitindo que cada sentimento seu seja revelado no reflexo de seu olhar, seu sorriso é contagiante e as fracas covinhas afundadas em suas bochechas deixam uma aparência mais jovial. Os cachos castanhos-escuros caem em sua testa, são definidos e meio amassados apesar de tudo. Suas roupas se resumem a conforto, apenas, nada exuberantemente elegante ou caro, embora sejam bonitas e do gosto dele. Ele ama plantas e, apesar de nunca admitir em voz alta, dá nomes a cada uma delas como se fossem pessoas verdadeiramente importantes para ele. Sua paixão por livros é extensa, as coleções que guardava em sua estante eram, em sua maioria, antigas e preservadas com pequenas anotações escritas ao longo das páginas. Seu ódio por tecnologia é evidente, ele abomina aparelhos eletrônicos e os mantinha distante de seu apartamento, no entanto, agora que ele é um integrante dos Vingadores, não há nada que possa ser efeito para evitar a constante tecnologia que o rodeia.

Bucky tem uma teoria, ele acredita que Andrew fuma e bebe quase o tempo todo para evitar sua mente a pensar nos constantes aparelhos eletrônicos que o envolve, isso explicaria o porquê dele estar fumando o terceiro cigarro da manhã enquanto caminham por uma rua estreita e movimentada.

A verdade é que Bucky adoraria conversar com o mesmo Andrew que tem olhos expressivos e o sorriso contagiante, porém ele só pode ter agora, ao redor dessa equipe disfuncional e um Sam muito rancoroso, um Andrew perdido na fumaça de seu cigarro e os olhos opacos. A vida em seus olhos se reduziu a um reflexo quebrado, fragmentos de sentimentos perdidos na névoa de sua vida sem sentido. Bucky queria que Andrew nunca tivesse assinado o maldito tratado.

Apressando o passo, Barnes se afasta de Sam e caminha em direção a Andrew que liderava mais a frente.

– Você está bonito hoje. – comenta Andrew assim que Bucky o alcança, seus olhos verdes o olhando de relance.

Bucky desconfia que seja mentira, ele genuinamente não se importou com as roupas que vestia essa manhã nem como seu cabelo estava. Ele estava mais preocupado com o que poderia acontecer assim que saísse do quarto do que como sua aparência poderia agradar alguém, e, apesar disso, ele se lembra de esconder o sorriso que treme seus lábios.

– Não está muito cedo para você fumar? – pergunta, sentindo o olhar de várias pessoas queimarem as suas costas.

Andrew lança um olhar de puro tédio, porém segura o cigarro com os dois dedos e encara Bucky.

– Consegui uma reunião com o presidente dos Estados Unidos. – conta Andrew, jogando o cigarro no chão e pisando em cima dele antes de seguir em frente com as mãos dentro dos bolsos. – Estou falando isso para você porque quero que venha comigo, sua liberdade está em jogo. Também está em jogo uma segunda chance para os Vingadores que não assinaram o tratado de Sokovia. Se não quiser, tudo bem, eu entenderia se você pensasse que é uma armadilha.

– Tem alguma razão para eu ir?

– Além de compartilharmos uma tediosa reunião? Ah, só a chance de eu cumprir a minha promessa. – Os olhos de Andrew finalmente refletem o carinho do Stark, é um sentimento tão repentino e que quebra tanto a imagem que Bucky viu na noite passada, que ele quase esquece como funciona o processo de andar. – Eu não esqueci, espero que você também não.

– Acho que Sam me mataria se eu te encontrasse.

– Não torna tudo mais emocionante? – pergunta Andrew, erguendo as sobrancelhas. – Somos quase inimigos nomeados, Mônica me odeia, Sam me odeia, meu pai te odeia, Steve ainda não sabe se me odeia, e minha equipe não vai com a sua cara nem a de Sam. Somos quase Romeu e Julieta, só espero que em nossa história tirem a parte trágica.

Lar, doce lar - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora