(Capítulo não revisado)
Fingir que está tudo bem é um pouco mais difícil do que Andrew imaginou que seria.
A respiração abre um caminho difícil por seus pulmões e o sentimento de ser um grande impostor cresce em seu peito como se quisesse lembrá-lo de que as várias vezes em que ele usa a desculpa para ir ao banheiro vai acabar o destruindo em algum momento. Ele tenta se convencer de que será a última vez, de que fugir da mesa para se trancar dentro do banheiro e pressionar as costas contra a parede da janela enquanto fuma um cigarro não acontecerá novamente, no entanto, o sentimento o corrói por dentro e Andrew se vê ansioso para levantar da cadeira, os pés batendo ritmicamente contra a grama.
Na quinta ou sexta vez que ele tem essa vontade, Sam está contando sobre uma missão que teve com Steve, o relato causa risadas contagiantes e até Bucky ri. É diferente para Andrew, ele está tão aprisionado nos pensamentos que precisa forçar a risada, torcendo para que ninguém perguntasse a ele sobre o que estava rindo, porque ele também não sabia. Ele espera que Sam continue a contar, sussurra a eles que precisa ir ao banheiro e se levanta sem esperar por uma resposta, imaginando que estão muito ocupados em prestar atenção em Wilson.
Andrew tropeça nos próprios pés ao entrar no prédio, não conseguindo aguentar ter que subir as escadas para chegar ao apartamento de Sam. Ele segue por um corredor e sai do prédio através de uma porta lateral, desabando na parede enquanto suas mãos desesperadamente tateiam os bolsos da calça na tentativa de encontrar o maço de cigarro. Quando encontra, Andrew o acende com o isqueiro que guarda no bolso de trás da calça e traga o cigarro.
Ele respira fundo, aliviado com a sensação que enche seus pulmões.
Andrew tenta ao máximo fumar o mais rápido possível para voltar à mesa antes que alguém percebesse sua ausência, embora o sentimento de conforto o enganasse e o fizesse passar mais tempo lá fora sem ao menos perceber. Só quando a porta bate com força é que Andrew percebe seu erro e é tarde demais para conseguir esconder, o cheiro paira no ar e ele tem quase certeza que o cheiro impregnou em suas roupas.
Steve anda calmamente em direção a Andrew, parando ao lado dele com as mãos nos bolsos da calça, a postura desleixada e os olhos cuidadosamente direcionados ao céu.
– Como está Tony? – a pergunta o surpreende.
Andrew pega o cigarro dos lábios com os dois dedos e deixa a mão cair ao lado do corpo, olhando para Steve.
– Ele está bem.
– Ah, isso é bom. – Ele soa sincero, há um sorriso fantasma que trilha seus lábios e Andrew meio que espera que o brilho nos olhos dele sejam lágrimas não derramadas. Não faz sentido, provavelmente é a iluminação, porém, para Andrew, sempre fez sentido que a relação complicada de Rogers e Stark fosse culpa de coisas muito mal esclarecidas, mas ele não tinha a intenção de levantar essa observação. Houve muitos momentos em que teve vontade de perguntar a Tony se um dia ele sentiu atração por Steve. A pergunta morreu em sua língua em todas ás vezes porque o fazia se sentir estúpido. – E você? Como você está, Andrew?
– Eu tenho quase certeza que estávamos conversando na mesma mesa há uns vinte minutos atrás, Rogers. – Andrew usa o sarcasmo ao seu favor, ignorando o cigarro em seus dedos.
Por alguma razão, Steve sorri com o comentário e há um toque de nostalgia que faz Andrew pensar se por acaso Rogers não estava vendo Tony ao invés dele.
– Bucky me falou sobre vocês dois. – Steve conta, finalmente olhando para Andrew, que se sente pequeno ao lado do super soldado.
– Ah, ele falou? – Andrew limpa a garganta, voltando a atenção para o cigarro. – E o que exatamente ele falou?
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Lar, doce lar - Bucky Barnes
Fiksi PenggemarContinuação de "Stark" Andrew Stark guarda inúmeros segredos. O pior deles? Bucky Barnens dormindo em sua cama.