(Capítulo não revisado)
A fumaça do cigarro conseguia se tornar pior que o cheiro dele, as pesquisas e comprovações científicas de que seus efeitos no organismo humano são mais negativos do que positivos e a sensação de que seus pulmões morrem a cada tragada que dá não são razões o suficiente para fazê-lo abandonar o hábito. A nicotina invade seu corpo em breves tragadas, os pensamentos desesperados e angustiantes sendo reduzidos a vozes que só tem a capacidade de sussurrar em um canto muito distante do objetivo principal de Andrew nessa noite.
O som da música ensurdecedora que toca na cobertura de um prédio faz com o que chão abaixo dos pés de Andrew trema, as portas de vidro da varanda estremecem como se estivessem prestes a estilhaçar, o cheiro de álcool paira no ar mesmo que tivesse saído da festa para fugir do maldito cheiro, e algumas camisinhas usadas cobrem o piso como uma tapete e faz Andrew pensar na coragem das pessoas de transarem ao ar livre.
Ele dá uma última tragada antes de deixar o cigarro cair, pisando nele com a sola do sapato até que fosse reduzido a cinzas.
Com a nicotina em seu corpo, Andrew sente que será capaz de suportar a música alta e as pessoas suadas por no máximo mais uma hora antes de empurrar sua equipe para o elevador mais próximo e levá-los de volta para o hotel em que estavam hospedados. Seus olhos perdem um pouco o foco, ele não sabe se é por causa do maço de cigarro que fumou antes de entrar no apartamento ou se era a maconha, poderiam ser os dois e seu deu conta de que não se importa muito com isso ao abrir as portas de vidro, sendo recebido com a terrível música e o cheiro de álcool.
Em algum lugar, sua equipe estava espalhada pelo chique apartamento de um político influente do México. Stripers dançam no balcão do bar, a nudez sendo evitada por adesivos redondos que cobrem os bicos de seus seios e uma fina camada de tecido passava por seu quadril. Seus corpos brilham de álcool e suor na fraca iluminação vermelha que se estende pela sala, os cabelos grudados na nuca e costas. Ao redor do balcão há homens e mulheres que jogam dinheiro aos pés das stripers e entre eles, Andrew reconhece o membro de sua equipe. Beatrice Esposito está ali, fazendo uma encenação muito boa de estar se divertindo, embora quando ela olha para Andrew, ele reconhece o desespero em seus olhos para ir embora dali.
Em uma névoa densa de álcool e cigarro que cobre sua mente, Andrew sorri preguiçosamente para Beatrice e ergue o indicador, prometendo que ficariam mais uma hora antes de irem embora. Beatrice acena e volta sua atenção para as stripers. Andrew consegue imaginar as informações que a jovem hacker teve a capacidade de reunir no tempo que passaram na festa.
Na pista de dança, as pessoas vagam perdidamente em movimentos soltos e desleixados, olhos arregalados e vermelhos, copos de bebidas na mão, o som da música estremecendo seus corpos.
Andrew encontra Anne Annenberg – ladra excepcional, uma longa ficha criminal contendo desde roubo a banco até a sequestro, também faz parte de sua equipe disfuncional de heróis em treinamento –, ela dança no colo de um homem que está na faixa dos quarenta anos, seus olhos verdes encontram os do Stark por um segundo. A névoa de drogas em seus olhos, que consumiam suas pupilas, desaparece por um segundo, o suficiente para mostrar que estava mais sóbria do que aparentava. Quando voltassem ao hotel, Andrew sabe que Anne terá mais jóias do que será capaz de usar por uma vida inteira.
Por uma última vez, Andrew verifica a sala mais uma vez à procura de sua equipe. O bar está impressionantemente cheio, mas nada de Alexander Esposito ou Isaac Malenty à vista. Quando não os encontra, se arrasta preguiçosamente em direção às escadas para o segundo andar. A música alta treme seus ossos, reverberando por cada fibra de seu corpo com a força das caixas de som que foram colocadas na sala de estar.

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Lar, doce lar - Bucky Barnes
FanfictionContinuação de "Stark" Andrew Stark guarda inúmeros segredos. O pior deles? Bucky Barnens dormindo em sua cama.