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(Capítulo não revisado e alterado)

Três meses depois


A chuva cobre a pequena cidade esquecida em Washington, as gotas batem com violência contra as janelas fechadas que estremecem a cada pancada de chuva. Há uma única luz que ilumina o apartamento, uma lâmpada laranja em um abajur laranja – presente de Isaac Malenty que havia dito que o encontrou em uma feira em Milão. O abajur está em cima da bancada da cozinha, iluminando a pia onde Bucky Barnes cozinha em silêncio, cortando cebolas e cenouras para uma sopa. Andrew não tem a intenção de dizer em voz alta, mas a imagem de Bucky em seu apartamento cozinhando soa tão familiar e aconchegante que ele somente agarra a coberta que o cobre e levanta, arrastando-a pelo chão.

O frio está terrível e não é exatamente esse tipo de férias que as pessoas esperam que Andrew Stark tenha, porém é esse tipo de férias que ele precisa. Não há muitas oportunidades pelas quais ele pode ficar com Barnes, mesmo que a equipe esteja acostumada a cobrir os rastro de Bucky para ele conseguir entrar no complexo, porém não é nada comparado a ficar no apartamento esquecido em Washington onde poucas pessoas sabiam da existência.

Andrew apoia o quadril no armário ao lado da pia, se encolhendo mais em volta do cobertor.

– Você aprendeu a cozinhar. – Andrew comenta, reparando na maneira que os cortes de Bucky saiam padronizados como se ele tivesse visto vários vídeos para aprender a fazer isso. O pensamento causa um calor familiar no peito de Stark, ele acha adorável Barnes se esforçando para cozinhar e mais adorável ainda o sorriso suave que aparece em seus lábios quando ele olha para Andrew.

– Sopa é a única coisa que sei fazer. – Não é verdade, Andrew já o viu cozinhar muita coisa desde que chegaram a Washington e, embora tivesse se disposto a lavar a louça, Bucky pegou todas as tarefas do apartamento no segundo em que entraram. O apartamento é pequeno e não há muito o que fazer nele, então normalmente os dois saem à noite para um bar ou um restaurante. Há uma feira no fim da rua, barracas de comida se estendem por seis quarteirões e a música acompanha cada barraca como uma animação que faz os ossos de Andrew tremer toda vez.

– Hum, você não é um bom mentiroso, James. – Andrew sorri quando Bucky revira os olhos. – Talvez seja um bom momento para conversarmos sobre Mônica Rambeau me querer de volta na organização. – o assunto é levantado casualmente como se Andrew estivesse falando sobre a chuva, o tom de sua voz é suave e calmo e não existem indícios de dúvida. Apesar de Andrew estar ansioso com a ideia de voltar a organização também tem o medo que impede. Medo de se arriscar pois agora ele tem muito a perder, ele tem Bucky e metade de uma equipe que anda se encaixando em um padrão de família disfuncional, mas que na maioria do tempo eles se dão bem. Agora um país inteiro está contando com ele, essa organização luta contra tudo o que a equipe de Andrew finge lutar.

Pressionando as mãos em cima do armário, Andrew ergue o corpo até estar sentado em cima, dobrando as pernas como uma borboleta antes de pegar a coberta e colocá-la em cima de seu colo.

Bucky o analisa por um segundo, procurando encontrar sinais que revelem que Andrew já tem uma opinião formulada sobre o assunto. Quando não encontra nada, ele descansa a faca na tábua de madeira e reserva toda a sua atenção a Andrew.

– Ela me quer de volta, aparentemente Sam contou a ela que eu só assinei o tratado para inocentar os Vingadores. – Andrew diz, apoiando o cotovelo no joelho para colocar o queixo em cima da palma da mão. – Eu estava pensando em aceitar voltar, mas estarei correndo mais risco do que antes porque... – Ele reformula a frase, não há como ele dizer que o motivo de não querer aceitar é porque tem muito mais a perder do que antes pois ficará evidente que ele se refere a Bucky.

Lar, doce lar - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora