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Jovens de quatorze anos a vinte quatro anos foram selecionados para serem símbolos da américa, seus rostos estampados nos grandes telões da Time Square reunindo multidões de pessoas, que foram até lá para prestigiar e conhecer os novos Vingadores, a equipe de heróis mais jovem até então. Não que tivesse existido outra antes dos Vingadores, mas, sem dúvidas, quando o anúncio de uma nova equipe surgiu na mídia, ninguém imaginou que os integrantes fossem tão jovens.

As pastas em cima da mesa informaram cada detalhe da vida dos jovens, Andrew passou o restante da manhã lendo e verificando as habilidades de cada um. A princípio, todos pareciam vir de uma mesma fábrica, adolescentes problemáticos com passados trágicos, o que fez Andrew considerar as chances daquela equipe continuar adiante após a primeira missão.

Lendo uma segunda vez, Andrew reparou na maneira com que as habilidades dos jovens refletiam diretamente em suas aparências e modo de viver. Por exemplo, Isaac Malenty, vivia dentro de um trailer no México, em um esquecido estacionamento abandonado, sem nenhum contato humano. Sua aparência era incomum, incríveis olhos amarelos e cabelo castanho-dourado, realmente dourado, fios que se assemelham a fios de ouro que estavam infiltrados nas ondas marrons. Era uma coisa interessante para anotar, ele usaria isso ao seu favor quando se encontrasse pela primeira vez com eles.

– O que você acha? – pergunta Nick Fury, puxando uma cadeira para se sentar em frente a Andrew. – Uma boa equipe?

– Um bando de problemáticos, duvido que conseguiremos algo melhor do que a antiga equipe. – Andrew confessa, suspirando cansado ao desistir dos arquivos.

Nick Fury reflete em silêncio, encarando Andrew com dúvida como se esperasse algo particularmente estranho do Stark.

– Seu pai está vindo para a reunião, ele não acreditou quando eu disse que você aceitou o acordo. – conta Fury. – Não podemos culpá-lo, ele nunca imaginaria que o filho dele só assinou o tratado para proteger Bucky Barnes.

Andrew estremece, pensando na reação de Bucky quando voltasse para o apartamento e revelaria que fazia parte da nova equipe de problemáticos que protegeria o país. Em algumas semanas, sua vida se resumiria a conferências de imprensa, reuniões com integrantes de sua equipe, viagens a outros países para fazer acordos e treinamentos exaustivos.

Sam Wilson não o perdoaria.

Steve Rogers não o perdoaria.

Mônica Rambeau nunca mais confiaria nele.

E, apesar disso, Andrew saberia que Bucky estaria em segurança e a sua promessa a Steve continuaria intacta. Sendo líder da equipe, Andrew teria mais poder do que qualquer outro, até mesmo Fury e Mônica, o que significa que conseguiria arrumar um acordo para a liberdade de Bucky, dessa maneira Rogers não poderia o culpar por traí-los.

Ao menos, ele era leal à promessa que fez a Steve e ninguém poderia culpá-lo do contrário, mesmo que significasse decepcionar todos, exceto a única pessoa que tanto desejou ter reconhecimento: Tony Stark.

Anthony seria o único que ficaria orgulhoso de Andrew, pensando que seu filho finalmente estava lidando com responsabilidades grandes. Andrew queria ficar feliz com esse pensamento, porém tudo que pensa é nos próprios passos que dará para chegar a liberdade de Bucky e o fim dessa equipe o quanto antes.

– No Japão, o que você estava fazendo lá? – pergunta Fury a Andrew, que ergue uma sobrancelha em dúvida. – Imagino que você ainda não estava protegendo Barnes, então, o que você estava planejando fazer lá?

Era uma excelente pergunta, provavelmente Mônica queria fazer essa pergunta a Andrew todos os dias mesmo sabendo que jamais receberia uma resposta sincera. Sam Wilson fez a mesma pergunta a alguns dias atrás, apesar de querer ser sincero com ele – e sem dúvidas esse era o sentimento mais genuíno que Andrew sente nos últimos meses–, Andrew somente deu de ombros como se não fosse nada demais e respondeu que foi apenas para se divertir.

Lar, doce lar - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora