Lar, doce lar - Bucky Barnes

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Ontem completou duas semanas que Bucky confiou na opinião de Steve sobre o apartamento de Andrew Stark ser o lugar mais seguro naquele momento. Ele não esperava exatamente uma comemoração ou coisa do tipo, porém, tendo convivido com Andrew nos últimos dias – e levando em consideração que ele preparou um bolo para Bucky na primeira semana em comemoração, depois de ter se curado da gripe –, meio que era de se esperar algo do tipo. No entanto, dois dias antes, Andrew saia do apartamento antes do sol nascer e chegava no meio da madrugada, oferecendo apenas um boa noite a Bucky antes de cair no no colchão inflável. Andrew passou pelo dia que completava duas semanas sem dizer nada, como se não tivesse percebido, e acabou se tornando uma rotina de sair cedo e voltar extremamente tarde sem fornecer explicações. Bucky se convence de que não está preocupado.

É no meio da madrugada que Andrew volta para o apartamento, a luz do banheiro ilumina parcialmente o apartamento para que ele consiga andar sem bater em alguma coisa. Bucky começou a ligar a luz do banheiro na noite que Andrew bateu o pé na mesinha de centro, embora nenhum dos dois tenha comentado sobre esse hábito que vem sendo implantado desde que Andrew começara a voltar tarde.

Ele joga a bolsa carteiro perto do sofá, parece cansado quando vai até a cozinha e procura alguma coisa nos armários. Em cima da bancada, tem um prato com alumínio cobrindo, Andrew o descobre e olha para o jantar que Bucky fez. Não é nada de especial, apenas purê de batata com legumes, porém Andrew sorri como se fosse a coisa mais incrível que aconteceu em seu dia. É o primeiro sorriso que dá desde que começou com a rotina exaustiva de sair cedo e voltar tarde, a essência de Andrew veem se perdendo a cada dia e Bucky não sabe exatamente o porquê de ficar preocupado com isso. Não é da sua conta, de qualquer maneira.

Bucky o observa estando deitado na cama, Andrew não parece ter notado que ele está acordado.

Andrew pega um garfo no gaveteiro e come em silêncio, o queixo apoiado na mão como se não conseguisse manter a cabeça parada devido ao cansaço. Quando termina, deixa o prato e o garfo na pia e se encaminha para o banheiro. Volta minutos depois com uma calça de moletom, apenas.

Bucky fica surpreso com a enorme tatuagem de corvo que praticamente cobre as costas de Andrew, que está alheio à atenção que recebe. A iluminação que recebe não é o suficiente para ver todos os detalhes, e, apesar disso, é visível encontrar uma parte abaixo das costelas do lado direito do torso de Andrew estando coberta por gaze, porém há uma parte escura que Bucky conclui ser sangue. O ferimento recente faz Andrew resmungar de dor quando se deita no colchão, puxando a manta até os ombros.

Andrew adormece rapidamente, sua respiração calma chegando a cama em que Bucky se remexe, pensando se deveria ligar para Steve. Resolve que é melhor não, acreditando que Andrew sabe se cuidar.

★★★

Na manhã seguinte, Bucky acorda e não se surpreende com a ausência de Andrew.

Ele se inclina para pegar a garrafa de água que fica no chão, a encontrando com um papel em cima do rótulo.

Olhe dentro do forno.

PS: Feliz duas semanas de domicílio compartilhado!

Atrasado, eu sei.

OBS: Somos quase maridos.

Bucky tira o bilhete e quase sorri com isso, percebendo que dificilmente Andrew parara de o provocar com coisas constrangedoras. Ele abandona a garrafa de água, esquecendo-se completamente da sede que sentia antes, e vai em direção a cozinha.

Dentro do forno, há uma travessa de frango e legumes.

★★★

Os pesadelos sempre se resumiam a queda na torre dos Vingadores, aos vários metros que Andrew despencou, a dor dos cacos de vidro perfurando sua pele, a imagem de Ultron o encarando através da armadura que Andrew observava Tony construir todas as noites. Eram as armaduras de Tony, as mesmas que o arremessaram contra a parede de vidro, e as mesmas que impediram de Steve Rogers o pegar antes que caíssem.