— Alec, o senhor Bane está aqui por causa de Catarina Fell. — Andrew, o secretário de Alec disse, sem perceber o clima de tensão que preenchia todos os cantos do escritório.
— Tudo bem, Andrew. Pode sair. — disse Alec, desviando pela primeira vez seu olhar de Magnus.
Magnus não sabia disso, mas Alec tinha tido tempo para se preparar emocionalmente sobre o regresso dele.
Catarina tinha sido internada em sua clínica após tentar terminar com a própria vida e Alec – sendo diretor da mesma e amigo da mulher – tentou lhe dar o máximo conforto possível.
No dia anterior, ele a visitou e seu coração quase parou de bater. Catarina tinha dito a ele que Magnus estava de volta. Após cinco anos, ele havia finalmente voltado. E Alec sabia que seria apenas uma questão de tempo até que o mesmo entrasse pelas portas da clínica.
Sabia que reencontrar o homem que amava seria inevitável.
Então, foi para casa, abraçou Max e, sozinho, deixou que o ataque de pânico o envolvesse.
Alec tinha guardado seus sentimentos durante anos. Tinha os guardado tão fundo dentro de si, que chegou mesmo a se esquecer de que ainda estavam lá.
Quando um grande amor – como aquele que Alec sentiu por Magnus – morria, era como se tudo morresse dentro dele. Era como se tivesse deixado de ser ele mesmo. Como se tivesse deixado todo o seu mundo para trás.
Afinal... onde poderia ele ir, se em nenhum lugar encontraria Magnus? E porque Alec quereria amá-lo, se ele nunca tinha sido suficiente para que Magnus o quisesse de volta?
Durante demasiado tempo... a única certeza de Alec era essa: amar Magnus. E ele nem sabia fazer outra coisa se não essa.
Hoje, Alec sabe que a vida continua. Talvez um pouco torta, mas continua.
Tudo passava em sua mente.
O que sentiria ao vê-lo novamente? Onde ele esteve todos esses anos? E quando Cat melhorasse? Ele iria embora de novo?
Todas essas perguntas acertavam Alec como granadas. E – após chorar durante horas – ele sabia que havia apenas uma coisa que ele não poderia permitir. Uma pessoa que nunca poderia ser magoada.
Max.
Magnus são sabia de Max. E se Magnus fosse embora novamente? E se um filho não fosse o suficiente para fazê-lo ficar?
Magnus tinha seguido em frente. Tinha partido, cinco anos antes, e deixado um rastro de destruição para trás. E Alec foi deixado – apanhando os cacos de sua vida – sozinho.
Max não passaria pelo mesmo.
Por mais que a alma de Alec gritasse para que contasse a verdade a Magnus. Ele não o faria. Iria proteger seu filho. Max não sentiria a dor de ser abandonado.
Foi com esse pensamento que limpou as lágrimas, colocou sua máscara de indiferença e frieza e agora estava ali – sentado em sua mesa, com o pai de seu filho em sua frente.
E, para sua surpresa, o mundo não tinha parado de girar.
🌼🌼🌼
Magnus estava em choque.
Ali, na sua frente, estava Alexander. Depois de cinco anos, azul encontrou caramelo novamente.
E Magnus não estava preparado para isso.
Catarina não tinha lhe dito nada. Não tinha o preparado para o reencontro com o amor de sua vida. Não tinha o preparado para que toda a vida saísse de si e voltasse carregada de todas as memórias partilhadas a dois, o fazendo perder o chão.
Percebeu que Alexander estava diferente. Agora mais velho, sua imagem estava mais madura. O rosto que sempre tinha sido liso, hoje estava coberto de barba. Sua postura estava mais confiante e responsável.
Ele era um homem agora. Um homem lindo.
E seus olhos... ah, seus olhos continuavam igual. Eram de um azul tão profundo. Tão intenso. Magnus sentia que conseguia ver sua alma.
— Magnus, pode sentar.
Magnus foi arrancado de seus devaneios pela voz rouca de Alexander.
— E-Eu... sim... obrigado. – ele finalmente se sentou, sem jeito por ter gaguejado. —Desculpe, não estava esperando te encontrar. Você trabalha aqui?
— Sim, eu trabalho. – Alec pareceu ponderar. – Na verdade, eu abri essa clínica. – ele disse sério.
— Eu... – Magnus não sabia o que dizer. Não pensou que alguma vez fosse encontrar seu garoto bonito novamente. Queria dizer que tinha orgulho nele. Que ele estava lindo. Que ainda o amava. Mas nada saiu.
— Sobre Catarina. – Alec disse, cortando a conversa que Magnus tentava iniciar em sua cabeça. Magnus suspirou. — A situação dela é sensível. Ela precisa de apoio e precisa de tomar medicação. Ela precisa de você.
E você? Ainda precisa de mim?, Magnus pensou, mas logo abafou seus pensamentos.
— O que ela tem, Alexander?
Alec desviou o olhar para os papéis em cima de sua mesa. A voz de Magnus... a forma como seu nome soava na boca dele...
Ele precisou se controlar para não deixar sua voz tremer. Respirou fundo e levantou o olhar.
— Ela tem depressão severa. Ela perdeu o amor de sua vida. Eles estavam começando uma vida juntos. Iriam construir uma família. Ter filhos. E ele morreu. Você não ultrapassa essa dor. Você aprende a viver com ela. E Catarina não está conseguindo fazer isso.
Magnus suspirou. Não conseguia se imaginar passando por isso. Ele e Alexander não estavam juntos, como casal, há mais de oito anos, mas isso não mudava nada. Se ele o perdesse dessa forma... ele não suportaria. Não conseguia ficar com ele, mas com certeza não conseguiria viver sabendo que seu amor não fazia mais parte desse mundo.
— O que eu posso fazer?
— Você pode ficar do lado dela, garantindo que ela tome os anti-depressivos todos os dias. Pode lhe dar apoio, carinho e amor. Pode estar lá.
Magnus assentiu. Ele iria estar lá. Seria a família dela. Não iria mais embora. Nunca mais.
— Alec, desculpa interromper... – Andrew disse, entrando na sala. – Jace ligou e pediu para avisar que já está na sua casa e que Max está com ele.
Jace. Magnus conhecia Jace. Ele era praticamente irmão de Alexander, e aquecia o seu coração saber que eles ainda eram próximos e que isso não havia mudado.
Max. Max, Magnus não conhecia. Seria um amigo? Um namorado? Seu coração se apertou.
— Tudo bem, Andy, pode avisar que estou terminando aqui e já estou indo. – Alec disse sem olhar Magnus.
— Ta bom. Ah.. Max implorou para eu te dizer que ele ama você.
Ele ama você. Ele ama você.
Magnus olhou Alexander e viu o enorme sorriso que ele abriu ao ouvir aquelas palavras. Ele ama você.
Alexander o amava de volta.
Aquilo atingiu Magnus de uma forma tão brutal e arrebatadora que ele teve de engolir um soluço para não chorar.
Alexander amava Max.
Magnus amava Alexander.
Fechou os olhos, se desculpou e saiu da sala de Alec.
Ele finalmente tinha o perdido.
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Corações Vazios (Malec)
Fanfiction"Até que a morte os separe... apesar de a própria vida já o ter feito." Alec e Magnus viveram um amor inesquecível. Amaram como se ama nos filmes, loucamente e de coração aberto. Até ao momento em que um erro coloca tudo a perder. Magnus estava tão...