E você é um navegante de rios

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Alec

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Alec

Magnus me beijava com força, suas mãos agarravam meu cabelo e me puxavam para si.

Era a primeira vez que a gente se beijava – sóbrios – depois de cinco anos.

Tanta coisa tinha mudado.

Eu tinha mudado.

Eu já não era mais o garoto apaixonado que acreditava que amor só chegava, que se duas pessoas se amassem, mais nada importava.

Hoje eu sabia melhor do que isso.

Os anos passaram por mim e não me senti mudando.

Mas, olhando para trás, me apercebo do quanto cresci e do quão diferente é, hoje, a minha maneira de lidar com todo o tipo de coisas.

Me lembro tão bem do sufoco que sentia vendo Magnus se afastando de mim.

Me perdia em questões e mais questões: "Porque eu fiz aquilo?", "Porque ele não consegue me perdoar?", "O que posso fazer para tê-lo de volta?".

Perdia noites de sono, chorando na cama, de um lado para o outro, me sentindo tão culpado, sem saber o que fazer para resolver as coisas.

Mas depois eu cresci. Cresci e aprendi.

Aprendi que, independentemente de tudo o que eu faça por outra pessoa, ninguém é obrigado a retribuir o que quer que seja.

Ninguém tem um contrato vitalício assinado e carimbado, para que fique do nosso lado, para sempre.

Aprendi que, por muitos esforços que eu faça, simplesmente existirão pessoas que, lenta e gradualmente, seguirão outros caminhos que não mais coincidem com os meus.

Ninguém é forçado a nada.

São as pessoas que ficam, de qualquer jeito e sem lhes ser pedido, que valem realmente a pena...

Eu costumava ficar tão ressentido com as pessoas.

Ou porque pareciam não estar cá para mim como eu sempre estivera para elas, ou porque simplesmente iam se desligando cada vez mais da minha vida.

Ficava de tal modo machucado, que nem conseguia pensar em outra coisa. "Porque você não me ama o suficiente? Quando você percebeu que eu não valia a pena?".

Mas depois cresci.

Cresci e aprendi.

Aprendi que a vida corre como um rio, que não volta mais atrás. E que algumas pessoas vão entrando em nossa vida, se aproximando da gente e nos marcando por tudo o que são e que depois (e nem sempre por uma causa definida) vão deixando cada vez mais de cá estar. Por vezes aos poucos, em outras tudo de uma vez.

E, no entanto, são essas mesmas pessoas que nos ensinam mais do que quaisquer outras.

Essas lições dolorosas, que tão desesperadamente temos que aprender.

Corações Vazios (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora