Eu te amo

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Magnus estava sem chão

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Magnus estava sem chão.

Ouvir aquelas palavras de Alexander tinha o atingido mesmo em cheio, o deixando destruído.

"Quem perdeu mais foi você... para além de ter me perdido para sempre, você perdeu completamente a si próprio."

Sua alma doía.

Doía porque sabia que Alec estava certo.

Durante anos, Magnus tinha deixado o medo controlar sua vida... e isso só o levou à solidão.

A verdade é que ele tinha medo. Medo de não ser escolhido outra vez. Medo de se machucar, outra vez. E por medo, não tinha conseguido perdoar Alexander.

Não conseguia perdoar. Mas também não conseguia ficar sem ele.

Continuava o encontrando, de tempos a tempos, e se permitindo amá-lo...mas não ficar.

Magnus nunca soube realmente o quanto isso destruía o seu garoto bonito, de todas as vezes.

Mas agora sabia.

Agora sabia o quanto sua indecisão havia o machucado. O quanto havia deixado sua vida num caos.

Por medo... tinha o perdido. O amor de sua vida.

Por medo... tinha perdido quatro anos da vida de seu filho.

Magnus estava cansado de sentir medo.

Ele queria mudar. Queria ser o pai perfeito. Queria ser o homem perfeito. O homem que Alexander merecia.

Sabia que Alec tinha seguido em frente, que o mesmo tinha deixado bem claro que não voltaria a cair por ele.

Mas Magnus sabia que lhe devia mais.

Depois de tudo, não desistiria dele. Pelo menos até ter dado tudo por tudo.

— Eu te amo. — Magnus disparou antes de conseguir se impedir.

Alec o olhou, chocado. Seus olhos arregalados. Sua boca entreaberta.

— Magnus...

— Olha, Alexander... eu ouvi tudo o que você disse e eu respeito e aceito. Eu fui horrível com você, mas eu te amo, e preciso que você saiba disso. — Alec não sabia o que dizer. Seu coração batia aceleradamente no peito. — Você é tão forte, meu garoto bonito. Você criou nosso filho sozinho, e ele é lindo. Você é lindo. E eu sinto tanto. Eu nunca vou conseguir me redimir por tudo, e eu sei que minhas palavras são vazias para você...

— E-Eu...

— Mas eu não vou desistir de você, Alexander. Eu te amo. E eu vou te provar que eu posso ser melhor. Não com palavras, mas com ações. E espero, do fundo do meu coração que você me dê a oportunidade de te amar novamente. — suspirou. — Me deixe lutar por você, meu amor.

"Meu amor"

Alec não conseguia explicar o quanto aquelas palavras o abalaram.

— Magnus... eu não...

— Shhhh... não precisa dizer nada. Saiba apenas que eu não vou desistir de você. Você sempre lutou por mim, agora é a minha vez de lutar por você. E eu espero que você consiga ensinar seu coração a me amar de volta, apesar de eu só destruir tudo à minha volta.

Magnus se aproximou dele, tocando seu rosto levemente antes de continuar.

— Mas se você não conseguir fazer isso... eu só quero que você saiba que eu realmente te amo, Alexander, e nada me faria mais feliz do que ver você feliz. Mesmo que não seja comigo.

Alec não saberia dizer quando deixou a vulnerabilidade atingi-lo, quando percebeu, seus olhos estavam marejados e uma lágrima corria por seu rosto.

— Você não faz ideia do quanto eu esperei ouvir isso de você, Magnus... mas eu não posso lidar com isso agora. Eu simplesmente não consigo.

Magnus o olhou e sorriu pequeno.

— Eu tenho todo o tempo do mundo, Alexander.

O azul se perdeu em caramelo. Nenhum dos dois sabia como prosseguir a partir dali.

Felizmente, o celular de Alec tocou, os retirando da intensidade que era o olhar um do outro.

Jace estava ligando para informar que ele e Max estavam chegando na casa de Alec.

E o coração dos dois parecia bater fora do peito, com a perspetiva de contar para ele toda a verdade.

— Você tem certeza disso? — Alec perguntou inseguro. — É de Max que estamos falando...

— Nunca tive tanta certeza de nada em toda a minha vida.

A campainha tocou. Max estava de volta. Estava na hora de contar a verdade a seu filho. E, mesmo aterrorizado, Alec sabia que era a coisa certa a se fazer.

Assim, de coração apertado e lágrimas ainda nos olhos, desceu as escadas, não encarando Magnus de novo. Não se sentia capaz.

Magnus o amava...

Ele não podia pensar nisso... não era capaz de lidar com essa informação agora.

Tentou limpar as lágrimas o melhor que conseguiu e abriu a porta.

— Papai! — Max correu para os seus braços, que logo se baixou e o abraçou.

— Oi, meu amor. Se divertiu com o padrinho Jace?

— Foi ótimo! A gente jogou Just Dance e eu ganhei! – Max disse feliz, mas olhando para o rosto de seu pai, arregalou os olhinhos azuis — Papai, você esteve chorando?

— Não, monstrinho. Estou só emocionado. — Alec respondeu tentando não deixar seu filho preocupado.

— Você esteve assistindo filmes de cachorros novamente, papai? Você sempre chora. — Max perguntou amoroso, limpando uma lágrima solta do rosto de seu pai.

Alec não aguentou a fofura de seu filho e gargalhou alto.

Era verdade. Alec sempre chorava assistindo filmes de cachorro, e Max sabia disso.

Magnus estava no topo das escadas, assistindo a cena com lágrimas nos olhos.

Seu filho e o homem de sua vida, abraçados no chão da sala. Magnus não conseguia acreditar que a vida estava lhe dando – finalmente – a oportunidade de ter uma família.

Bem... teria uma família quando conseguisse reconquistar Alexander.

Durante anos, ele amou Magnus, e o indonésio não foi capaz de retribuir por estar demasiado partido e machucado.

Agora, foi Alexander quem desistiu e Magnus tinha certeza de que não conseguiria viver com isso.

Ali... observando sua família, conversando e gargalhando, ele decidiu que teria tudo de volta.

Conquistaria seu filho e passaria o resto de seus dias tentando se redimir com Alexander.

Tentando que ele o amasse de volta, que o aceitasse de novo.

Alexander já tinha corrido atrás de Magnus durante demasiado tempo.

Agora era sua vez.

E, com isso em mente, olhou para ele de longe e sorriu.

Um sorriso tão puro e tão grande, recheado de expectativas do que estaria por vir. 

Corações Vazios (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora