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Brianna Costello

Naquele momento, bater no saco de pancadas parecia a melhor maneira para extravasar a raiva

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Naquele momento, bater no saco de pancadas parecia a melhor maneira para extravasar a raiva. Se eu não o fizesse poderia facilmente quebrar alguma coisa ou a cara de alguém. As coisas que ouvi de Charles Donovan no dia anterior voltaram a me transformar em alguém que eu estou lutando para não continuar sendo; alguém com muita raiva e ódio do mundo.

"Isso não é esporte de mulher", me disse Charles assim que saí da academia de muay thai da qual meu pai é fundador e dono. Segundo Charles, eu deveria estar fazendo ginástica artística. Patético! Não tenho nada contra ginastas, mas ser uma nunca esteve nos meus planos. Eu quero lutar, ser profissional! Porém, sem ter de ouvir as mesmas merdas.

"Você é mulher, não pode lutar"

"Você vai levar uma surra desse bando de macho"

"Isso é coisa para homens"

"Se você não fosse gostosa, não te deixariam lutar"

Honestamente, eu pagaria para saber o que Charles tem contra mim. Afinal, seu "inimigo" é meu pai. A única coisa que sei dessa briga é que ela é antiga. Essa rivalidade entre ambos começou quando eu era pequena, mas nunca soube o real motivo por trás disso. Pelo visto eu sou um bode expiatório para Charles, pois cada vez que meu pai o flagra falando merda para mim só falta os dois sairem no soco em público. O que eles têm em comum? Ambos são instrutores de muay thai. A diferença é que meu pai trabalha de forma honesta, enquanto Charles ensina de uma maneira bem duvidosa. Ele dá suas aulas em uma academia em frente à de meu pai, onde estou agora, e esse é mais um motivo para irritar o mestre Brian.

Do lado de fora da academia, o dia amanhecia com nuvens cinzentas e um vento típico do horário. Pelo visto chegar antes de meu pai foi uma ótima escolha, pois logo começou a chover. Eu já estava pronta para ouvi-lo reclamar que "é impossível treinar com essa chuva", mas continuei socando o saco de pancadas e pensando no que poderia fazer para controlar minha raiva. Mas não conseguia. Simplesmente ligo meu modo avião e vou seguindo conforme minhas emoções evoluem.

— Devia ter colocado as luvas! — ouço uma voz grossa e não preciso me virar para saber que meu irmão me observa. — A não ser que queira sair daqui com as mãos esfoladas.

Imediatamente, paro com os socos e encaro Andrew.

— Era isso ou algo pior. — respondo. — Você sabe como eu sou.

— Foi o Charles de novo? — pergunta meu irmão, se aproximando enquanto me sento no chão e desenrolo as faixas que cobriam meus dedos já vermelhos.

— É sempre ele. — suspiro.

Andrew senta ao meu lado e segurando meus dedos, massageando-os.

𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫 Onde histórias criam vida. Descubra agora