𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫

• vinte •

Vinnie Hacker

Brie é determinada, eu sei disso. Posso ver o quanto sua personalidade demonstra o que ela realmente quer. Porém, me preocupo em vê-la se meter nesse esquema das lutas. Tento entender seu lado, mas realmente não sei como é perder alguém que amo. A forma como ela me olhou no cemitério partiu meu coração, mas não sei se posso julgá-la completamente. Desde que meu pai me abandonou tento sempre ver o lado bom das coisas, fazer o que é certo. E quero fazer Brie enxergar isso. Não vejo meu pai há anos. A única coisa que sei é que ele sempre se mete em confusão, brigas de rua. Meu irmão já tentou me convencer a procurá-lo, mas não faço questão disso. Minha vontade agora é procurar ajuda para Brie, porém da maneira correta.

Quando Andrew me liga e conta que Brianna está tendo mais uma crise, deixo meu orgulho de lado e saio de casa para ajudar a garota. É fato que a nossa discussão feriu meu ego e me deixou com um pouco de raiva dela, mas não consigo vê-la tendo uma crise e não fazer nada.

Quando chego ao hospital, vejo Andrew e Brie parados do lado de fora do prédio. Me aproximo deles. Ambos se abraçam e vejo Brie enterrar seu rosto no ombro do irmão. Os dois se afastam e Brianna olha diretamente para mim. Seus olhos estão inchados e lágrimas ainda deslizam por suas bochechas. Ela me olha com certo desprezo, o que é doloroso para mim.

— O que está fazendo aqui? — desdenha ela.

— Eu o chamei. — diz Andrew, e Brianna o encara com ódio.

— Brie, por favor... — digo, pousando minha mão sobre seu ombro.

— Se veio aqui para me dar outro sermão está perdendo seu tempo. — diz ela.

— Sermão? — indaga Andrew. — Vocês brigaram?

Nenhum de nós responde, mas Brie respira fundo e passa as mãos sobre seu rosto.

— Eu sei me controlar. — diz, olhando para mim. — Você não precisa ser minha babá.

— Mas eu preciso ser seu amigo. — respondo rapidamente. — Pelo menos isso...

— Brie... — diz Andrew, abraçando-a de lado. — Você está confortável para voltar para casa?

— Ir embora é tudo o que eu mais quero agora. — responde ela.

Antes que Brie pudesse passar reto por mim e subir em sua moto, seguro levemente seu braço e me aproximo dela. A garota me olha confusa, mas presta atenção em mim.

— Vamos conversar em outro lugar. — proponho.

Ela olha para um canto não específico e suspira, antes de responder:

— Tudo bem. — ela se vira para Andrew e lhe entrega as chaves da sua moto. — Leve o meu bebê para casa intacto.

Balanço a cabeça sorrindo levemente e deixo um beijo delicado na bochecha de Brie, que claramente se arrepia com meu ato e prende um pouco a respiração.