𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫

• dezessete •

Brianna Costello

Meu corpo vai de encontro ao ferro que divide o ringue do resto das pessoas. O gemido de dor que escapa da minha boca é inevitável, mas não o suficiente para me fazer parar. Nia me lançava olhares desafiadores desde que subimos ao ringue. Não tenho sangue de barata, simplesmente não aceito qualquer provocação, de quem quer que seja. No meio da grande quantidade de pessoas, encontro Vinnie me olhando preocupado. Lhe dou um sorriso confiante e esfrego meu nariz, limpando o sangue que insistia em escorrer.

Olho para Nia e concentro minhas reações em mim mesma, mas sempre pronta para atacar. Avanço em sua direção e dou um soco em seu rosto, fazendo ela perder o equilíbrio e apoiar as mãos no chão. Nossa diferença de altura é gritante, mas não significa que tudo está ganho ou perdido. Quando Nia tenta se levantar, ergo meu pé e dou um belo chute em seu rosto. A garota cai completamente no ringue e me afasto um pouco, caso ela tente me atacar. Um dos caras que comanda a luta pede um tempo de vinte segundos. Rodo meus olhos pelo local e vejo Vinnie se aproximando da grade.

— Brianna, você surtou. — diz ele, quase gritando. — Isso aqui é luta livre, WWE de amadores, não boxe!

— Relaxe! — sorrio. — Não é um campeonato, não há nada em jogo.

— Não mesmo. — ironiza ele. — Apenas uma boa quantia em dinheiro.

— Você vai agir como meu pai ou vai ser meu namorado?

Brianna, você está fodida!

Vinnie me olha sério por alguns segundos e só então me dou conta de que falei aquela bendita palavra.

— Namorado? — questiona ele, com um sorriso fraco.

Meu coração acelera, mas não sei se é pela adrenalina da luta ou pelo fato de que acabei de chamá-lo de namorado.

— Namorado, amigo, ficante, sei lá. — digo rapidamente, nervosa. — Você entendeu. Só não venha me dar sermão!

Quando vejo que ele não irá falar mais nada volto minha concentração para Nia. O corpo dela se choca contra o meu com tanta força que posso jurar ter visto estrelas assim que minha cabeça bateu no chão. A garota gigante fica por cima de mim e desfere socos em meu rosto, o que me obriga a usar a força das minhas pernas para virar seu corpo e acertá-la com vários chutes na barriga. Meus músculos formigam e doem, mas não vou desistir. Deixo meu corpo por cima de Nia e faço meus punhos irem de encontro às suas bochechas, enaltecendo ainda mais a vermelhidão em sua pele clara. Os gritos das pessoas ecoam em meus ouvidos e quase não consigo escutar os gemidos de Nia. De repente, ela consegue se livrar dos meus socos e me empurra para o lado. Perco o equilíbrio e tenho apenas um segundo de raciocínio até sentir seu joelho contra minha testa.