𝐎𝐍𝐃𝐄 Brianna Costello sonha em ser uma lutadora profissional treinada por seu pai.
ou
𝐎𝐍𝐃𝐄 Vinnie Hacker sente-se atraído pela filha do seu treinador.
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Ver Scarlett daquele jeito era chocante até para mim. Nunca irei saber como é estar em seu lugar. Porém, posso imaginar a dor que é ter sua dignidade quase violada por alguém.
— O que aconteceu? — pergunto.
Scarlett se mexe devagar, gemendo de dor e se apoiando em Brie, que tinha uma expressão de choque. Posso ver seu peito subir e descer rapidamente devido ao nervosismo.
— Ele me atacou. — diz Scarlett. — Por sorte não conseguiu fazer nada.
— Charles? — questiona Brie.
Scarlett não diz nada, mas Brianna e eu entendemos sua resposta silenciosa. A garota caminha com dificuldade até suas coisas, mas quando tento ajudá-la sou empurrado para o lado. Ela olha para nós com sangue nos olhos, como se fosse atrás de Charles a qualquer momento fazer algo que poderia se arrepender futuramente.
— A gente pode te levar ao hospital... — comento.
— Não! — Scarlett praticamente grita, colocando uma mochila em suas costas.
Brie ajuda a amiga e tenta falar alguma coisa, mas parece nervosa demais para formular uma frase.
— Ele faz isso faltando três semanas para o campeonato... — Scarlett ri com escárnio.
— Scar, por favor... — diz Brianna. — Venha para a Khao. Foda-se Charles, foda-se a porra toda!
— Eu não posso, Brianna!
De repente me sinto um peixe fora d'água em meio à pequena discussão entre as duas. Ambas estão enérgicas, com raiva na voz. Mas é Scarlett quem parece fugir da realidade por alguns segundos, pois ela vai em direção à saída da Phung como se nada tivesse acontecido.
— A gente só quer ajudar. — tento argumentar.
— Ninguém pode me ajudar. — responde ela, com lágrimas nos olhos e borrando ainda mais sua maquiagem.
Quando Brie abre a boca para responder Scarlett já está do outro lado da rua, caminhando apressada, mas com dificuldade, enquanto me questiono porquê ela insiste em continuar treinando com Charles.
— Ele está fazendo alguma coisa com ela. — comenta Brie, parando ao meu lado e segurando minha mão com força.
Seus dedos estão gelados e um pouco trêmulos. Sei que ela está tentando se controlar, mas consigo ouvi-la puxando o ar desesperada. Imediatamente, seguro seu rosto e olho no fundo de seus olhos cor de mel.
— Olhe para mim. — digo e Brie me encara apavorada. — Respire. Vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem.
Meus braços rodeiam seu corpo e tento lhe passar segurança, mesmo que eu esteja uma pilha de nervos por ela. Brianna rodeia seus braços em meu pescoço e me deixo afundar o rosto entre seus cabelos macios e cheirosos.
