• dezesseis •

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Brianna Costello

Caminho em passos lentos por uma floresta escura

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Caminho em passos lentos por uma floresta escura. Estou tão assustada que não consigo correr, apenas fico parada no lugar tentando processar o lugar onde estou. Ao meu redor há centenas de árvores e nenhuma outra pessoa. Um som de água batendo em pedra faz meu coração acelerar em medo. A noite é fria e úmida, me fazendo tremer os braços. Só então percebo que estou usando roupas curtas enquanto o vento gelado me faz arrepiar de frio. Tento me aquecer me abraçando, mas nada adianta.

O barulho das folhas das árvores batendo umas nas outras em plena floresta escura é aterrorizante. A luz da lua é minha única fonte de iluminação. Tento usar a lanterna do meu celular, mas a bateria acabou. Continuo caminhando lentamente até enxergar uma pequena casa aos fundos. Eu assisti a muitos filmes de terror, não sou burra de ir até uma casa estranha no meio da floresta. Estou pronta para correr, mas minhas pernas travam quando vejo um carro estacionar em frente àquela casa. Um homem grande e alto desce e entra na casa, sendo seguido por uma mulher de cabelos escuros e passos firmes. No entanto, ela para ao lado do carro e ali fica. O homem volta para buscá-la e a puxa pelo braço violentamente, fazendo-a gritar desesperada.

— Se você calar a boca pode se dar bem. — diz ele, em um tom sarcástico.

Me aproximo dos dois para entender a situação, mas tudo o que vejo e ouço é o tal homem dando um tapa no rosto da mulher enquanto ela continua a gritar. Os dois entram na casa e eu sigo seus passos, tentando não fazer nenhum barulho. A casa tem um aspecto antigo e quase caindo aos pedaços, bem coisa de filme. A madeira que cobre as paredes está mofada e com um cheiro insuportável, quase podre. Me pergunto que tipo de lugar é aquele, mas não consigo formular respostas.

O homem joga a mulher sobre um colchão que há na sala de estar e posso ouví-la chorar.

— Fique longe da minha família, Charles! — diz ela.

— Sua família? — grita ele, se aproximando dela e tentando tocar seu rosto avermelhado. — Aquela era pra ser a nossa família! Mas você preferiu ficar com ele.

— Você tem uma dor de cotovelo, e nunca vai aceitar que nasceu para ser o segundo. — responde ela, com a voz firme.

Charles dá um tapa na cara dela e chuta seu corpo, fazendo-a se contorcer no colchão.

— Você é mesmo uma vadia, Katherine. — diz ele, me fazendo sentir um enjoo por conta de sua voz ridícula. — Mas tem lá suas virtudes.

Quando ele chama a tal mulher pelo nome consigo ver o rosto dela.

Minha mãe parece jovem, praticamente com a idade que tinha quando eu nasci. Seu rosto exala tristeza, mas ela tenta permanecer forte e não demonstrar qualquer sinal de fraqueza na frente de Charles. Ele se aproxima e ela recua, assustada.

𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫 Onde histórias criam vida. Descubra agora