• epílogo •

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Brianna Costello

Cinco anos depois

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Cinco anos depois...

Quando eu tinha 15 anos sonhava em me formar em Direito. Eu queria ser uma promotora de justiça que pudesse usar sua voz para defender os mais necessitados. No entanto, descobri minha vocação no muay thai e, consequentemente, graduei-me em Educação Física. Porém, ainda há uma parte de mim que gosta de saber mais sobre leis e penas. Gosto de conhecer casos misteriosos e tentar desvendá-los de alguma forma. Isso atiça a minha vontade de presenciar um julgamento, e há cinco anos atrás esse sonho finalmente foi realizado.

Estive presente em todas as sessões do julgamento de Charles e Katherine. Mesmo aquela vaca tendo feito o que disse ter feito senti-me triste por me despedir dela naquela circunstância. Afinal, Katherine é — ou era — minha mãe. Quando a juíza entrou no tribunal, a ansiedade tomou conta de mim. Achei que não teria condições de permanecer naquele lugar, mas eu tinha um compromisso. Não somente com a justiça, mas com Scarlett. Servi como testemunha contra Charles no caso de estupro contra minha melhor amiga, e precisei controlar todas as minhas emoções para não causar confusão em pleno tribunal. O advogado de defesa me irritava tanto ao ponto de despertar em mim uma vontade quase incontrolável de esfregar o malhete da juíza em seu rosto cheio de furos. Claro, um homem defendendo outro homem sob acusação e comprovação de estupro. Típico.

A leitura das sentenças foi o momento mais emocionante. Mesmo Charles tendo sido condenado à pena máxima, nada irá apagar o que ele fez com Scarlett. A todo momento, ela chorava e soluçava. O homem que a violentou estava bem à sua frente e ela não podia fazer nada. Ninguém podia, apenas os jurados. Foram seis votos a favor e um contra. Na época, me perguntei como alguém poderia votar contra a prisão de homem que, comprovadamente, é um estuprador. Mas agora entendo. Mesmo com todas as provas, a mulher ainda é desacreditada de suas palavras; especialmente tratando-se de um caso delicado, como o de Scarlett.

O aperto em meu peito cresceu quando ouvi a sentença de Katherine: cinco anos de reclusão por formação de quadrilha e posse ilegal de arma de fogo. Infelizmente, a justiça nem sempre é justa.

Tento afastar estes pensamentos enquanto estou parada, dentro do meu novo carro, em frente à escola de Aimee. Espero dar o horário certo para buscá-la, mas esperar nunca foi meu ponto forte. Desço do carro e sigo até o portão principal da escola, vendo algumas crianças saírem às pressas e abraçarem seus responsáveis.

— Mamãe! — a pequena garotinha de três anos corre em minha direção e eu a pego em meus braços, girando-a no ar.

Horas longe da minha filha parecem uma eternidade.

— Oi, meu amor! — exclamo, beijando seu rostinho.

Vamos em direção ao carro e coloco Aimee em sua cadeirinha, no banco de trás. Entro no banco da frente, mas antes viro meu corpo até minha filha.

𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫 Onde histórias criam vida. Descubra agora