𝐟𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐦𝐞 | 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫

• vinte e quatro •

Leiam a Brie lutando ao som de Do It Like A Dude, da Jessie J. Fica incrível!

Brianna Costello

Minha cabeça gira e dói. É como se alguém pegasse meu cérebro e o esmagasse. Sinto um formigamento desconfortável nas minhas pernas e quase choro pela dor em meu rosto. De repente, tudo fica em câmera lenta por trás daquelas grades. Os gritos das pessoas soam abafados aos meus ouvidos, mas posso jurar ter escutado a voz de Vinnie me incentivando a continuar lutando.

Volto a ficar em pé, e a diferença de altura entre Charles e eu é palpável. No entanto, isso não me abala e reúno forças nos meus braços para correr até ele e lhe dar um belo soco. Charles consegue me jogar contra a grade, mas não forte o suficiente para me fazer parar. Ergo meu corpo mais uma vez e dou um chute no meio das pernas dele, fazendo-o cair de joelhos e gemer de dor. Seguro seus cabelos e os puxo para cima, em seguida dando mais um soco em seu rosto. O homem cai no ringue e permanece encolhido por alguns segundos. Olho ao meu redor e algumas pessoas gritam meu nome animadas. É um público dividido entre homens e mulheres, alguns jovens e outros mais velhos.

Não dou a Charles tempo suficiente para se levantar, pois logo pego impulso e corro até ele, que permanece ajoelhado, e uso meus dois pés para chutar sua cabeça. Quando penso que ele irá se render Charles se levanta e me encurrala entre a grade, puxando meus cabelos e forçando minha cabeça para trás; enquanto uma de suas mãos aperta meu pescoço. Começo a perder o equilíbrio e tento buscar ar em meus pulmões, mas sinto minha boca começar a gelar. Por sorte, consigo empurrar o braço de Charles para longe e deixo uma mordida forte em sua pele, ao ponto de fazer sangue escorrer por seu antebraço. O homem dá um grito de dor e se afasta, mas logo volta até mim para me atacar. No entanto, consigo dar um pulo e me segurar nas grades que fechavam o ringue. Entrelaço minhas pernas no pescoço de Charles, utilizando toda a minha força para enforcá-lo. O homem se rebate e tenta me acertar de alguma forma, mas consigo apertar ainda mais meus joelhos em volta do seu pescoço e em poucos segundos ele cai totalmente apagado.

Solto minhas mãos da grade e observo atentamente cada pessoa que rodeia o ringue. Me sinto uma estrela sendo ovacionada pela plateia, mas não gosto de cantar vitória antes da hora — mesmo que eu tenha feito Charles desmaiar. Se eu o tivesse matado seria bom, mas não sou uma assassina à sangue frio. Meus princípios são completamente diferentes disso, e o muay thai é apenas um esporte.