Não peço coragem, destreza ou simplesmente paciência, e em contradição espero. Sem mínimo cuidado na falta de ação e sem atenção ou esmero. Só me atento com os olhos ao céu ou à inferior agonia, a que poderá ficar pior um dia. E a mim devo a pergunta: "O que espero que caia? Uma cura para nós sofrida e por mim não pedida ou uma alma já caída e bastante ferida?"
Nada mereço, mas me esqueço que merecer é impossível.
Mérito em mim? Do início ao fim, nunca foi assim. O sofrimento maior nunca poderá ser pago, mas valorizado, com certeza, mostrado nos vários que não se encaixam em nossa moderna natureza. E não se encaixam por que os antigos? Os que se põem como nossos amigos, mesmo como o oposto de nós, não viviam simplesmente e aparentemente. Assumiram a profundidade da pergunta que devo a mim e curaram-se do egoísmo que ela representa. Na nojenta, encravada e perseguidora sombra que nos faz crer que não precisamos nem tentar um esforço.
Mesmo sem possibilidade de integral mérito, atenuada por aquela falta de controle pregada, precisamos minimamente aceitá-la como algo bom, pois contrasta com nossa carne. Se fosse bondosa tal humanidade por si só, não seríamos merecedores de voltarmos ao pó, em corpo entregue à uma cinza tão escura quanto a sombra que nos persegue.
Nada mereço, mas me esqueço que merecer é impossível.
Não peço coragem, destreza ou simplesmente paciência, e em contradição espero. Sem mínimo cuidado na falta de ação e sem atenção ou esmero. Só me atento com os olhos ao céu ou à inferior agonia, a que poderá ficar pior um dia. E a mim devo a pergunta: "O que espero que caia? Uma cura para nós sofrida e por mim não pedida ou uma alma já caída e bastante ferida?"
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O ego e o mundo
PoetrySão tantas as coisas que sentimos, e elas não cabem em nós. É preciso libertar nossas verdades para fazê-las encararem o mundo. Nosso sangue é pesado de tantas manias, conflitos, interesses... É um martírio encarar ele sendo arrancado de nossas veia...