XI - Vazio do eterno

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Vazio do eterno. Eternamente culpado. Esquece de encher-se. E o peito é inchado por teias e pragas.

Mundano vivedor. Devedor por fazer. E por não fazer diferença.

Abrigado. No aconchego da aparente rigidez da coluna grupal. Personalidades mortas. Personas. Pessoas. Falsamente ressuscitadas por uma cópia.

Mundano vivedor. Devedor por fazer. E por não fazer diferença.

Perde o seu. Arroga-se mórbido. Furta o do outro. Julga-o animado. Não percebe o que não é. Que aquilo não o pertence.

Mundano vivedor. Devedor por fazer. E por não fazer diferença.

Segura-se no vácuo. O tudo some. Ou se quer existe. Muda o tom de vida. Ou continua na inércia. Fingido paraíso. Que encanta. E que nada sustenta ou cria. Nem o suor. Nem a dor. Nem superação. Nem esforço. Logo, morre na maciez confortável. Na moleza da massa cinzenta. No riso do simples.

Mundano vivedor. Devedor por fazer. E por não fazer diferença.

Vazio do eterno. Eternamente culpado. Esquece de encher-se. E o peito é inchado por teias e pragas.

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora