XXIV - Odeia-se

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Odeia-se quando julga amar-se, pois até teu mal tu encorajas a de si encapar-se, e aprofunda-o mais e mais, não vendo medida ou valor, mas procurando um alívio onde dizem: "Tudo em nome do amor!"

Entrega a mente ao secular, rente à corrente popular.

Assim até o fim, fraco do Ser eterno, sim, com a força na carne que o prende. E o alimento cru revende, cruelmente, para o pobre carente.

Entrega a mente ao secular, rente à corrente popular.

Obriga-se à responsabilidade, à dita coragem, mas no fundo é fraco, viciado e pelo próprio corpo parado. Impedido de crescer e acorrentado no querer por querer, preso pela liberdade que diz ter. Arrancado do armário um espantalho, atraindo corvos e povos, com a cabeça em baixo da palha, mostrando um sorriso que esconde a falha, que o impede de viver, com o chapéu para os corvos traiçoeiros não ver.

Entrega a mente ao secular, rente à corrente popular.

Odeia-se quando julga amar-se, pois até teu mal tu encorajas a de si encapar-se, e aprofunda-o mais e mais, não vendo medida ou valor, mas procurando um alívio onde dizem: "Tudo em nome do amor!"

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora