XXV - Sempre estás

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Sempre estás aqui, por mais que eu fujas de ti. Por mais que eu solte lágrimas vagas, e elas sejam obras simples da carne, vens num profundo alarme, nos menores e maiores males, com um mudo e ensurdecedor detalhe.

Alerta não pedido e nem um pouco merecido, para evitar mais um cadáver queimado, com o coração mais uma vez partido.

Mantém-se erguido, meu velho amigo. A infância permanece comigo, mas sem aquela sede pura, que desta vez é saciada pela água amarga, por uma eterna amargura. Gentil loucura, que grosseiramente de mim se expele, mas engana-me e volta a preencher a pele. Sem a brusca sanidade que não vem com a idade, a que esquece de deter a disfarçada maldade.

Alerta não pedido e nem um pouco merecido, para evitar mais um cadáver queimado, com o coração mais uma vez partido.

Continuo a errar e os avisos se aumentam. Nem parar eles tentam, por mais que eu os tente, que ao ignorará-los alimente um pedido carente. Que dê fome e a cesse para o invejoso descrente. É o que deixo na mente que faz o tal se esbaldar, o que sorrio e me orgulho, mas pouco evoluo, parado e trancado, pensando em pensar.

Alerta não pedido e nem um pouco merecido, para evitar mais um cadáver queimado, com o coração mais uma vez partido.

Sempre estás aqui, por mais que eu fujas de ti. Por mais que eu solte lágrimas vagas, e elas sejam obras simples da carne, vens num profundo alarme, nos menores e maiores males, com um mudo e ensurdecedor detalhe.

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora