XX - Alegre caminho

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Alegre caminho que faz no espinho, pisando na culpa e enchido de carinho. Carinhosamente se convence de que a aguda dor é inexistente. O que vem é persistente e deixa um claro sinal, disfarçando-se de bem e aprofundando-se no mal.

Efêmera vontade que se instala no covarde, e que não se arroga culpada de fingir tal bondade.

E a felicidade? Quem pensa que compensa não pensa sobre quem se foi. Exemplo não seguido de uma alma corrompida e nada querida. Em vão, vida perdida.

Efêmera vontade...

A carne reveste e conhece o ser, o muda e o faz crescer. Crescido, o ser revestido a merece e perece por tanto a querer.

Efêmera vontade...

Amargo afago do perigo que se finge amigo. A lama que diz curar, que acalma a alma, que faz o prazer e o morrer, que a incita e a torna maldita. Que nos plastifica e se justifica: "Vamos, aproveite a vida!"

Efêmera vontade que se instala no covarde, e que não se arroga culpada de fingir tal bondade.

Alegre caminho que faz no espinho, pisando na culpa e enchido de carinho. Carinhosamente se convence de que a aguda dor é inexistente. O que vem é persistente e deixa um claro sinal, disfarçando-se de bem e aprofundando-se no mal.

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora