Fielmente me engano, uma esperança tão profunda que nem a fria e dolorosa realidade parece fazer tremer ou doer. E em fidelidade a mim solto-me num buraco, confiante na mão salvadora de terceiros, e se vão os segundos até que finalmente o mundo me atinge sem se mover. Eu estava enganado.
O tempo se vai, e na queda uma nova esperança.
É mais forte do que qualquer conselho e mais doce do que a mais saudável fruta, mas logo se prova uma massa amarga, grudenta, borrachuda e antes retentora do que hoje nos faz mal. Uma substância que invade a alma e se alimenta da carne que ela mesma apodrece, nos faz esquecer quem somos e devora também os pedacinhos de pão que deixamos pelo caminho. Agora que saímos de casa, não há mais como voltar.
Mas o tempo se vai, e na queda uma nova esperança.
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O ego e o mundo
PoetrySão tantas as coisas que sentimos, e elas não cabem em nós. É preciso libertar nossas verdades para fazê-las encararem o mundo. Nosso sangue é pesado de tantas manias, conflitos, interesses... É um martírio encarar ele sendo arrancado de nossas veia...