XXVI - Guardado

24 3 4
                                    

Guardado e zelado, e mais um centavo parado, a soma pela qual se apaixona. E se aproxima da zona, onde o miserável e bizarro torna-se aceitável, torna-se caro.

Luvas na lixeira estão, e limpa se vê a mão.

Não é breve a missão, numa brava batalha, nos papéis ou na palha. No suor do trabalho que pelo bolso enobrece, sob o sol. Ou no frio artificial, onde se cerca de desagrados, mas não vê mal, sob o pretexto da superioridade final, moral e capital.

Luvas na lixeira estão, e limpa se vê a mão.

Mais podres vêm para se embelezarem. O de serra grita: "Não parem! Ali... Podem pôr." Acontece, sendo ou não à favor, tendo amor. Sendo este um frio, que pensa no que partiu, mas nenhum carinho nutriu numa suposta necessidade maior. Ou sendo o amor um caloroso abraço, que o tenta segurar não só pelo nutrido pensamento, mas por aquele famoso momento... Sim, o nascimento! Onde se descobre que nada teve até ali. "Eu sofri", ela diz. E como sofreu! Mas sabe que nenhum valor antes da dor da vida valeu.

Luvas na lixeira estão, e limpa se vê a mão.

Guardado e zelado, e mais um centavo parado, a soma pela qual se apaixona. E se aproxima da zona, onde o miserável e bizarro torna-se aceitável, torna-se caro.

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora