Simples segundos se transformam em grandes obsessões e criam maquinários numa folha em branco. Fabricam o pranto exagerado, justificado por tamanha desordem. A paz confunde e o vento abala. A casa cai, e o futuro nela se completa com grande vazio e um triste e sombrio alívio.
Dançamos até uns pés pesados darem sinal de proximidade, e a sempre má ansiedade nos confunde com olhos turvos, óculos de lente grossa e um rígido corpo, que se prende ao nosso e evita sua saída. Balançamos pra lá e pra cá, procurando em alguma esguelha a vista nítida no mover dos olhos falsos do rosto.
Os passos cessam e o ser agora se aproxima, nos analisa e retira a falsidade da cara, sorrindo e nos tornando iguais, dançando e fazendo os antigos e assustadores passos ao fundo nos aliviarem sob nossa luz verdadeira.
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O ego e o mundo
PoetrySão tantas as coisas que sentimos, e elas não cabem em nós. É preciso libertar nossas verdades para fazê-las encararem o mundo. Nosso sangue é pesado de tantas manias, conflitos, interesses... É um martírio encarar ele sendo arrancado de nossas veia...