XXIII - Leve coroa

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Leve coroa na cabeça de um pesado horror. Ela voa com o tempo, pois o raivoso vento, sem pudor, não leva junto o que está a prêmio. O tal gênio boêmio pesa na mente o medo, e pisa no que enfatiza o aprisionador segredo.

Lembro-me de uma súdita ignorância pueril. Pureza que para vossa majestade se esvaiu.

Seu trágico esforço age com o vazio hábito da confissão, deste nem um único esboço. Para esconder-se no mais fundo poço, enquanto finge-se confortável no trono, como se do mundo fosse o dono.

Lembro-me de uma súdita ignorância pueril. Pureza que para vossa majestade se esvaiu.

E a farsa o passa mais falta de horários, entre novas vidas e novos cenários. Ele é responsável por si, vivedor da própria alma. A dita farsa o monopoliza e se monetiza, enquanto o disfarça e o descalça. E sem chão ele vai, correndo e concorrente de si, se afogando na culpa que transborda do olhar, não a percebendo. E nunca há de se perguntar: "Por que minha alma eu não quero mudar?" E a majestade continua a explorar cada pedaço dos outros e de seu ser... até morrer! Sem seu erro ela jamais conter.

Lembro-me de uma súdita ignorância pueril. Pureza que para vossa majestade se esvaiu.

Leve coroa na cabeça de um pesado horror. Ela voa com o tempo, pois o raivoso vento, sem pudor, não leva junto o que está a prêmio. O tal gênio boêmio pesa na mente o medo, e pisa no que enfatiza o aprisionador segredo.

O ego e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora