Hoje pertenço aos serenos, um lindo presente feito pelas vidas passadas e trazido pelos belos anjos da morte. Dias calmos e noites que pouco fazem pensar, e só ressoa em minha mente a esperança de um amanhã que nunca chegue.
O passado amarga, o futuro anseia e o presente cura.
Os anos longínquos parecem tão próximos quanto o agora, que parasita com vigor um hospedeiro tão dependente do que o suga. Dias que voltam sempre ao ontem e noites infernais, que queimam os olhos ao encarar a luz pensativa da lua. "Tudo poderia ser diferente", ela diz.
O passado amarga, o futuro anseia e o presente cura.
É o medo do futuro que agita as mágoas invisíveis do que nunca vivi. Algo inconsciente que me prende e não deixa nem mesmo a razão respirar, e me sufoco com o ar que tenta acalmar. Engulo seco um breve e pesado alívio, mas que logo voa pra fora e devolve o espaço para o inquieto peito ocupar.
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O ego e o mundo
PoetrySão tantas as coisas que sentimos, e elas não cabem em nós. É preciso libertar nossas verdades para fazê-las encararem o mundo. Nosso sangue é pesado de tantas manias, conflitos, interesses... É um martírio encarar ele sendo arrancado de nossas veia...