hard to sleep

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Não frequento as aulas há uma semana. Não saio da enfermaria. Não deixo a minha melhor amiga sozinha momento em algum. Os professores dizem que ela foi torturada. Acham que foi um comensal que fez isso. Não sabem se ela vai acordar, mas sabem que ela está viva.
Eu não estou bem. Não aguento mais vê-la assim. Preciso da minha Pansy brincalhona novamente. Ela me prometeu que nunca me deixaria. Ela é o motivo pelo qual me mantenho viva.

Eu não tinha como consertar isso. Mas eu iria vinga-la. Juro por Merlin, eu iria caçar a pessoa quem fez isso com ela, e iria matar da forma mais dolorosa possível.

A minha fonte de energia no momento, era a minha raiva. O meu mecanismo de defesa, era a minha raiva.

Pela primeira vez em uma semana, eu tomei coragem para sair da enfermaria. Mas antes, deposito um beijo demorado na testa de minha melhor amiga.

— Eu vou voltar. Eu juro, Pansy. Eu vou descobrir quem fez isso com você e vou matar com as minhas próprias mãos. — digo com os olhos marejados.

Pisco algumas vezes para limpar as lágrimas que ameaçavam cair e saio do local onde minha amiga estava. Eu mantive a postura fria que sempre tive. Não deixaria que me achassem fraca, Pansy não iria gostar que eu chorasse na frente de todos. Não novamente.

Eu estava de volta a comunal da sonserina, onde assim que eu entrei no local, todos os olhares estavam voltados para mim.

— Perderam alguma coisa aqui? — digo a ninguém especial. Com o olhar frio, estou seguindo em direção ao dormitório, mas sou impedida de entrar por uma mão que segura meu braço.

— O que você quer? — digo me virando para trás, vendo um olhar de pena estampado no rosto do garoto que segurava meu braço.

— M-maia, eu... Eu quero ajudar você. — Malfoy fala, olhando em meus olhos. Isso só pode ser piada. Em que mundo ELE, logo ELE iria querer me ajudar?

— Eu não preciso de ajuda, Malfoy. — minha voz soa calma e firme.

— Eu quero te ajudar a descobrir quem fez isso com ela. Me deixe ajudar, por favor. — ele me parece genuinamente preocupado, mas não confio nele.

— E quem me garante que não foi você, Malfoy? — puxo o meu braço, fazendo o garoto me soltar. — E quem me garante de que você não está fazendo isso para ficar fora de suspeita? — vejo o rosto do garoto empalidecer com a acusação. — Não preciso de ajuda. Eu sou uma Black. — são minhas últimas palavras antes de entrar no dormitório. Eu precisava urgentemente de um banho.

Acabo de sair do banho. Não consigo dormir direito há dias. Estou vestida com um novo uniforme e estou subindo para a torre da astronomia, eu precisa pensar e descobrir quem havia feito isso com Pansy.

Eu estava sentada em um canto, copiando anotações das últimas aulas que Hermione tinha me passado quando escuto uma voz falar comigo.

— Sinto muito pelo que aconteceu com sua amiga. — fico atordoada por um momento. Como ele sentiria muito se ele me odeia? A não ser que...

Em um movimento rápido eu me levanto e puxo minha varinha que estava em minha cintura, prendendo o garoto contra a parede com a ponta de minha varinha encostada em seu pescoço.

— Sente muito, Riddle? — falo pressionando a varinha em seu pescoço. — Por que não confessa que foi você quem fez isso com ela?

— Eu não fiz isso, Black. — é a única coisa que ele diz.

— Ah, sei. Então por que você sente muito, Riddle? Você nos odeia. Não sente nada. — digo com a voz baixa e firme. — Eu quero te matar neste exato momento. Isso é tudo culpa dos seguidores de seu Pai. — estou falando sem pensar, estou irritada e cuspindo as palavras em cima dele. — Você é exatamente igual ao seu pai, Garoto Riddle.

Não paro de encara-lo, minha varinha ainda está fazendo pressão em seu pescoço e meu outro braço está dobrado apertando seu corpo contra a parede. Seus olhos agora estão cheios de fura, mas não me deixo recuar, por mais que eu queira.

— Você acha mesmo que eu sou a única pessoa nessa escola que tem ligação com o Voldemort? — ele diz com os olhos ainda presos ao meu. — Não seja tola, Black.

— QUEM FEZ ISSO? — grito, apertado ainda mais seu corpo contra a parede fria.

— Eu não sei. — sua voz permanece calma e isso me tira do sério.

Não quebro o contato visual e também não digo nada. Não sei o motivo de eu estar fazendo isso.

— Eu estou no controle da situação, Riddle. Posso te matar se quiser. — digo antes de ser pega desprevenida.

O garoto deu um jeito de sacar sua varinha e agora inverteu as posições. Estou contra a parede, mas não por muito tempo.
Dou uma joelhada em sua barriga fazendo o garoto se afastar de mim. Agora estamos cara a cara, os dois com varinhas em mãos.

— Expelliarmus! — ele grita antes de mim.

Estou desarmada, o garoto ainda com sua varinha apontada para mim.

— Não venha atrás de mim, Black. — são suas últimas palavras antes de ir embora. Não entendi o que aconteceu e não tive tempo de reagir. Ele poderia ter me matado, mas não matou, eu não entendo isso.

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora