go to hell

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POV MAIA
Todos já haviam ido embora, eu agora poderia me trancar no quarto e refletir sobre tudo o que havia acontecido. Como uma só pessoa pode causar tanto caos na minha vida?

Eu havia acabado de sair de um banho quente. Vesti uma roupa qualquer e prendi meu cabelo em um coque alto, deixando somente alguns fios da franja soltos. Fui em direção ao local onde guardo certos objetos e peguei os materiais de pintura trouxa que eu tinha. Eram difíceis de usar, mas depois de um tempo aprendi a manuseá-los e acho muito mais interessante do que só fazer com magia.

A tela já estava em seu local e as tintas em minha paleta. Então, com um pincel, comecei a pintar. Não fazia ideia do que eu estava pintando. Em certo momento minha mente voltou a imergir em pensamentos e minhas mãos trabalhavam por si só.
Quando dei por mim, já era tarde da noite e a pintura estava pronta. Eu tinha feito um desenho dele.
Senti uma lágrima descer pela minha bochecha.

POV MATTHEO
Eu não conseguia parar de pensar nela. Queria mandar ela se foder e ao mesmo tempo eu gostaria de saber o motivo de ela ter feito isso.
Na sexta, eu já não aguentava mais sentir esse aperto em meu peito. Eu precisava de uma explicação.

Passei o dia ansioso após tomar essa decisão, eu espero que ela pense o mesmo que eu pois dessa vez eu não iria atrás dela. Eu torcia pra que ela fosse.

Aparato para o local de encontro, e para a minha surpresa, e talvez um pouco de felicidade, ela já estava lá. De costas para mim e imersa em pensamentos. Ela não me via ainda.

— Oi — digo baixinho, estou tão nervoso quanto ela aparenta estar.

POV MAIA

— Mattheo, oi — digo me virando para o garoto que estava ali. Eu não acredito que ele realmente tivesse vindo. — Eu preciso que você me escute, por favor.

Era difícil que eu insistisse em alguma coisa, mas eu sabia que devia lutar por Mattheo, não iria aceitar perde-lo por um engano. Ele é único demais e precioso demais para mim. E eu não tinha tido noção disso até alguns dias atrás. Não fazia ideia da dimensão do amor que eu sentia por ele. Duvido que ele também soubesse.

— Eu não quero escutar desculpas. Preciso somente da verdade. Me diga o por quê — ele parecia suplicar, eu não gostava de ver isso.

— Eu não o beijei, Mattheo — é a única coisa que digo. Não sei como convencê-lo.

Ele me encara e desvia o olhar. Volta a olhar pra mim segundos depois. Ele está hesitante e pensativo.

— Eu não acredito. Queria somente uma explicação! — seu tom soa mais alto que o normal. — Queria que você dissesse que você tinha um motivo, queria que me contasse que tivesse me encontrado naquele dia. Queria que você me amasse de verdade!

Eu não respondo. Não tinha o que responder. Mattheo estava irritado novamente e eu não tinha motivos para brigar quando ele estava sentindo e expondo os sentimentos dele. Ele estava se mostrando vulnerável a mim e isso era um bom sinal. Eu ainda não o perdi completamente.

— Eu quero que você se acalme e me deixe explicar a verdade — digo em um tom calmo e tranquilizador, totalmente diferente de como eu me sentia.

Ele me olha e por um momento acho que ele está prestes a chorar, mas percebo em seguida que o irritei mais ao ouvir sua risada irônica.

— Por que você não pode nem ao menos brigar comigo? Eu quero que você grite e perca o controle. Quero que me xingue. Diga que me odeia e grite todos os motivos que levou você a fazer o que fez. Eu preciso que você faça isso — ele explode. — Odeio quando você age dessa forma fria e indiferente. Prefiro ter que lidar com um surto do que ver você me olhar dessa forma.

— Eu não quero perder a razão, Mattheo, mas saiba que eu tenho vontade de fazer isso e não importo se você tentar invadir minha mente. Assim ao menos você irá saber a verdade.

Ele me olha como se nunca tivesse pensado nisso antes, vejo um brilho esperançoso em seu olhar e começo a acreditar que tudo iria voltar a ficar bem.

— Maia! — uma voz distante chama meu nome, alcançando-me logo em seguida.

Sinto o corpo de Mattheo ficar rígido, ele já havia percebido quem estava se aproximando.

— Theo... — chamo seu nome baixinho, mas não tenho tempo para mais nada antes de ser interrompida.

— Oi, Maia! Eu estava te procurando, Lupin me disse que você estaria aqui — ele diz meio animado.

Mattheo pigarreia, o que deixa a situação mais desconfortável do que já se encontrava momentos antes.

— Hm... Oi — Liam diz hesitante.

— Liam, esse é o Mattheo. Ele é meu... — não consigo ter tempo suficiente para completar a frase. O garoto faz isso por mim.

— Amigo. Somos apenas amigos — olho pra ele procurando algum sinal, mas ele não retribui o olhar. Talvez seja isso, então.

O olhar de Liam passa de mim para Mattheo algumas vezes, ambos estamos claramente desconfortáveis. E então, como se ele não conseguisse controlar o maldito hábito de estragar as coisas, põe a mão em minha cintura e me dá um beijo na bochecha.

— Prazer, Mattheo! Eu sou o Liam, ex-namorado da Maia e quem sabe futuro namorado também, não é mesmo? — fico surpresa com a audácia. Tenho vontade de mata-lo neste exato momento.

Não tenho nem tempo para raciocinar direito, porque no exato momento em que eu estou prestes a explodir, Mattheo some de vista. Que droga!

— Que inferno, Liam! Você não consegue manter a boca fechada nem por um minuto? Eu odeio essa sua mania de estragar tudo — falo, zangada. — Por que você não pode somente superar tudo, hein? Esquece isso. Eu não vou te dar outra chance.

Não espero resposta. Saio dali o mais rápido possível pois sei que qualquer chance que eu poderia ter de fazer Mattheo me escutar, já eram.




oi! espero que gostem do capítulo :)
OBS.: perdoem qualquer erro de escrita, o capítulo está sem revisão.

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora