midnight oil

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POV MAIA

— Ela vai ficar bem? — é a primeira coisa que escuto ao acordar.

Meus olhos continuam fechados e meu corpo está imóvel. Não consigo me mexer, não tenho forças. Mas minha mente nao deixa de funcionar. Consigo pensar e ouvir tudo. Estou bem acordada.

— Sim, Srta. Parkinson, A Srta. Black ficará bem em breve. Ela só precisa de um pouco de descanso.

— Certo. Certo — ela murmura meio nervosa, consigo sentir isso. — Eu... Hm... irei me sentar aqui e esperar que ela acorde — seu tom soa meio robótico, não a culpo, Pansy sempre fica preocupada e nervosa demais em situações como essa. Confesso que gostaria que ela não estivesse aqui, seria melhor para a garota.

— Srta. Parkinson, temo que não possa. É de ordem geral que estudantes frequentem as aulas e não possam ficar na ala hospitalar em período letivo, a não ser que seja o doente.

Tudo fica silêncio. Gostaria de conseguir abrir meus olhos para ver o que está acontecendo, mas não tenho forças pra isso. É agoniante.

— Ah... certo então — ela cede. — Só... me avise se tiver alguma notícia, ok?

— Claro, querida, eu avisarei.

Essas são as últimas palavras que escuto antes de sentir uma picada em meu braço e sentir meu cérebro desligar mais uma vez, caindo novamente em um sono imersivo.

***

POV MATTHEO

Eu havia a evitado pelo máximo de tempo possível, mas quando a vi naquelas condições não tive coragem de deixa-la ali. Eu ainda a amava, acima de qualquer coisa. Eu ainda me preocupava com ela e meu instinto de proteção não hesitou, mesmo que ela tivesse quebrado meu coração. Eu ainda pertencia a ela.

Droga, Black, o que você fez comigo?

Meus pés tomam conta de mim e estou caminhando em direção a enfermaria de forma involuntária. Não penso muito, só faço.

Ao chegar lá, escuto vozes, escuto a voz da madame Pomfray e uma voz masculina. Sigo até a cama que Maia está e entro, fechando as cortinas em seguida. A garota está desacordada, a que era de se esperar, e em seu braço há um curativo enorme, manchado de sangue e uma espécie de corrimento amarelo.
A ferida ainda aparenta estar bem aberta, mesmo com o tratamento, o que é estranho e não esperado.

— Sim, Sr. Carter, ela está em descanso e não tenho permissão para deixar que o Sr. a veja.

— Mas ela é minha amiga, e estou apaixonado e preocupado com ela. Você precisa me deixar vê-la! — sua voz soa dramática e isso me irrita. Apaixonado. Que idiota.

Fico encarando a garota desacordada enquanto as vozes ao fundo continuam brigando. Seu rosto contém mais cicatrizes que eu nao havia visto, mas ela continua com a feição angelical de sempre. Há também alguns pequenos hematomas nas maçãs de seu rosto, e um corte em cicatrização no canto esquerdo inferior da sua boca.
Sinto um súbito desejo de protege-la ao ver seu estado. Eu ainda a amo e me importo com ela. É agoniante ver seu estado e não poder fazer nada. E é mais agoniante ainda saber que ela tenha sido capaz de me afastar e fazer tudo que fez.

— Theo? — sua voz rouca me chama e me faz arrepiar o corpo inteiro. Não tinha visto ela acordar, estava preso demais em minha mente.

— Hm... oi, Maia — respondo, meio constrangido.

Ela me encara por um tempo, desacreditada da minha presença ali.

— Olha, eu queria me explicar pra você, foi tudo um mal... — ela começa a falar, mas eu a interrompo.

— Não quero falar sobre isso. Só vim checar se você estava bem — falo olhando para o chão, sem coragem para manter o contato visual. — Agora que já sei, posso ir embora.

Com isso, me viro para sair e após alguns passos, volto para olha-la e dizer uma última coisa.

— A propósito, seu namoradinho estava brigando com Pomfrey para te ver. Disse até que estava apaixonado.

Saio do ambiente sem esperar resposta. Não paro de andar até estar longe da enfermaria. Não faço ideia do porquê disse aquilo, talvez esteja com ciúmes e irritado por ela estar seguindo em frente e não tentando lutar pelo que a gente tinha. Estou frustrado por ela pertencer a outra pessoa agora.

Eu a amo e odeio isso. Amor é um sentimento complicado demais que não consigo lidar.
E, mesmo sabendo que há muitas incertezas na vida, a única coisa que realmente sei é que eu amo Maia Black.

OBS.: capítulo sem revisão.
perdoem qualquer erro de escrita :)

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora