breathe

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⚠️: o capítulo contém os seguintes gatilhos: sangue e crise de pânico. Se for prejudicial a sua saúde mental, não leia.

POV MAIA

Eu tinha acabado de sair de um banho bem produtivo - vários pensamentos impróprios e outros terrivelmente tristes e dramáticos - quando escuto alguém bater forte na porta. Eu estava vestida com o meu uniforme e meus cabelos estavam úmidos. Pansy não estava lá, mas deveria estar, nós saímos juntas para a aula toda manhã.
As batidas na porta não pararam até eu finalmente abrir.

- Merda, Maia. Que demora. - Diz Blaise de forma extremamente agitada. Seu uniforme estava banhado em sangue.

- Merlin, Blaise. O que aconteceu com você? - pergunto ao garoto que parecia entrar em pânico.

- E-eu não sei. Eu estava saindo da comunal, seguindo na direção da torre da astronomia, quando encontrei Pansy desacordada no chão do corredor. - o garoto diz, continuando em seguida. - Ela estava cheia de sangue, Maia. - ele pausa. E continua mais uma vez. - Eu a levei para a enfermeira e voltei para te chamar.

Estou em choque. Não consigo pensar. não consigo falar. não consigo respirar. Merda, ela não deveria ter saído sem mim. Eu deveria proteger ela. Eu não posso perde-la. Não, eu não aguentaria isso.
Estou no chão, não sei como fui parar aqui. Blaise está com seus braços ao meu redor, me abraçando forte. Eu acho que estou chorando, não tenho certeza. Não tenho certeza de nada.

- E-ela está bem? - pergunto em pânico, tentando controlar os soluços que escapavam involuntariamente de minha garganta. Estou tentando ficar calma, mas o pânico toma conta de mim. Não consigo controlar a respiração, estou surtando.

- Eu... Eu não sei, Maia. Não sei mesmo. - ele diz, triste. Acho que vejo lágrimas escorrendo de seus olhos, não tenho certeza. A minha vista está embaçada, estou atordoada, não sei se o que vejo é realmente verdade. Eu nem sei se isso está realmente acontecendo. Espero que seja só um sonho. Um sonho ruim. Mas não pode ser verdade. Não pode.

- V-você tem que me levar a ela, Blaise. - digo ainda tentando respirar. - Por favor. Eu preciso vê-la.

Não espero sua resposta. Já estou me levantando, fazendo força para não cair. Minhas mãos estão apoiadas na parede, ainda não consigo respirar. Não enxergo. Lágrimas estão novamente embaçando minha vista. Não posso falhar agora. Preciso ser forte por ela. Preciso me manter calma.

Sinto um braço agarrando minha cintura, ouço vozes mas não sei a quem pertencem. Estão tentando me carregar, falam algo sobre me ajudar a sentar. Não preciso de ajuda, estou bem.

- NÃO. - grito tentando afastar as mãos que me agarram. Acho que chutei alguém. - ME DEIXEM IR. EU PRECISO VÊ-LA. - grito novamente. Minha voz falha. Estou no chão, chorando e tentando conter os soluços. Perdi a respiração mais uma vez, não consigo me controlar. Preciso levantar e seguir em frente.

Já estou de pé, minhas pernas estão bambas, não consigo segurar o peso de meu corpo, mas sigo em frente. Vê-la é a minha única motivação para continuar agora.

Não tentam me impedir dessa vez, estou com a minha varinha em mãos e ameacei matar alguém. Não sei quem estava em minha frente, mas ameacei matar qualquer um que tentasse me parar.

Estou no meio do caminho, quando desabo novamente. Está difícil continuar, estou em pânico. Tento ser forte, mas não consigo. Eu sou horrível por não estar sendo forte por ela. Não fui eu quem quase morreu, foi ela. E mesmo assim, sou eu quem está surtando e não tendo forças para ver a minha melhor amiga. Porra, Maia. Seja forte.

Não sei a quanto tem estou no chão tentando respirar, estou tremendo e não consigo me controlar. Alguém está me carregando e me levando para algum lugar. Não sei quem é, acho que estou desacordada. O pânico foi imenso e agora não consigo abrir os olhos. Eu preciso ser mais forte.

Estou na enfermaria. Madame Pomfrey está a minha frente.

- Há quanto tempo eu estou aqui? - pergunto com a voz fraca, parece um sussurro.

- Mais ou menos umas 12 horas. - ela responde, sua voz fria e implacável. Queria ser firma como ela. Mas sou uma fraca.

- C-como eu vim para cá? Cadê a Pansy? Ela está bem? - despejo todas as perguntas de uma vez. Tenho medo da resposta que eu posso receber.

- Eu não sei, alguém te deixou aqui nesta cama e saiu antes que eu pudesse ver. - ela diz, e não responde minhas outras perguntas.

- Como está Pansy? - pergunto e não obtenho resposta. - ONDE ELA ESTÁ? EU PRECISO SABER SE ELA ESTÁ BEM. - grito. Estou surtando novamente. Dessa vez consigo me mover. Eu estou correndo a procura de minha amiga.

Finalmente achei ela. A garota está deitada, inconsciente. Seu corpo está com hematomas e feridas abertas.

- Não. - falo baixinho, engasgando com as palavras. - Não. Pansy. Não pode ser. O que te fizeram. - estou chorando novamente. Mas dessa vez, estou ao seu lado. Estou segurando sua mão e entrelaçando nossos dedos. Minha cabeça apoiada em sua testa e minhas lágrimas derramando em sua bochecha.

- Por favor, Pansy. Fique comigo. - sussurro para a garota. Eu nunca estive tão assustada em toda a minha vida. Não posso perde-la.

oii gente! O que acharam do capítulo? Não me matem pf KKKK
queria agradecer a todos vocês pela interação aqui na fic. E não tenham vergonha de comentar, amo muito ler todos os comentários de vocês e me divirto horrores com todos eles. Obrigada a todos pelo apoio <3

Ps: se vc não leu por conta dos gatilhos, vai aqui um resumo do cap para você não ficar perdido sobre a história: Pansy foi encontrada desacordada e está na enfermaria. Maia teve uma crise de pânico por conta disso e já encontrou a amiga. O capítulo terminou com Maia pedindo para a amiga ficar viva :)

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora