strange love

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Meu corpo desperta, mas meus olhos pesados e tomados pelo sono, são difíceis de abrir. Estou sozinha, e, com certa dificuldade, ajeito meu corpo para me sentar na cama. Atualmente, estou vestindo uma camisa que de cara percebo que não é minha, e então, me lembro. O local em que estou é o quarto de Mattheo, a roupa que estou usando é sua, e nós transamos pra caralho na noite passada, por isso minhas pernas doem.

Não tenho certeza de que horas são, mas pelo que minha intuição diz, não é tão tarde, provavelmente por volta das 9h00.

Estava tentando tomar coragem suficiente para sair da cama com tanto sono, quando a porta do dormitório se abre e uma figura masculina entra no ambiente, fechando a porta por trás de si em seguida, e vindo em minha direção com um copo em sua mão.

— Bom dia. — ele diz assim que me vê sentada em sua cama, com os joelhos dobrados contra o peito.

— Oi, bom dia. — respondo com um pequeno sorriso tímido e a voz rouca de sono.

— Trouxe para você. — o garoto diz me entregando o copo que estava em sua mão.

Descubro o que tem ali dentro assim que o pego. Um líquido verde com um cheiro forte, sei que há menta, por conta da ardência de seu aroma e alguma outra coisa esquisita e fedorenta.
Devagar, fecho os olhos e bebo tudo de uma vez, fazendo uma careta estranha em seguida, após sentir o gosto da coisa.

— Obrigada. — digo voltando o meu olhar para o garoto que me encarava com um sorriso divertido estampado em seu rosto.

Sinto a dor em minhas pernas diminuir instantaneamente.

— Que horas são? — pergunto ao garoto que agora estava sentado próximo a mim, na ponta da cama.

— hm... acho que por volta das 09h30 — ele responde, me encarando.

Dou um pequeno sorriso convencido ao perceber que meu chute havia sido certeiro.

— Quer ajuda? Você precisa se arrumar, vai perder mais uma aula. — o garoto diz já de pé.

— Ah, não precisa, eu me viro. — respondo com um pequeno sorriso. — Te vejo na aula?

Ele me analisa com o olhar por um tempo, talvez se perguntando se eu estava sendo realmente sincera.

— Tá, claro. — são suas últimas palavras antes de ir embora.

Lentamente, me levanto da cama. Consigo me manter de pé, mas sinto dores fracas, porém nada que me impeça. Minha cabeça estava um turbilhão. Não consegui relaxar em momento algum, já que minha mente resolveu não me dar um descanso.

A água quente caia sobre mim, aquecendo meu
corpo frio.

Como toda a manhã, faço uma lista de tarefas mentalmente. E, como tenho ótima memória, não tenho risco de esquecer nada.

Já estou vestida com as minhas roupas — que eu havia vestido antes de vir para cá, consequentemente, deixando-as limpas e prontas para hoje — agora estou saindo do dormitório do garoto, torcendo para que não me vissem.

Já na aula, não havia visto ele em momento algum, provavelmente estava matando metade de suas aulas na torre de astronomia, com a companhia de seu cigarro, ou talvez não, mas realmente não me importo.

Enquanto eu fazia algumas anotações, Blaise entra atrasado na aula, fazendo toda atenção se voltar a ele assim que se adentra no ambiente que, momentos antes, era silencioso.

— Sr. Zabini, devo lhe informar que está atrasado. — a voz do professor preenche a sala.

— Hm, sim, eu percebi isso. — o garoto retruca ignorando totalmente a severidade no olhar do mais velho.

Ele se aproxima, sentando-se ao meu lado, esperando o ambiente voltar ao silêncio para me passar un bilhete em seguida.

Blaise Zabini era com toda a certeza o maior fofoqueiro de toda Hogwarts; o garoto conseguia saber da vida de todo mundo e de tudo que todos faziam, mesmo sem nem saber quem era a pessoa de quem ele estava falando, era surreal a forma como ele descobria tudo rapidamente.

Princesinha,
Estou sabendo que você passou a noite no dormitório do Riddle. Espero que tenha se divertido haha (estou sendo irônico), mas realmente quero saber se você está bem e quero lhe informar também que o garoto não presta, então tenha cuidado.
Ps.: não vou te contar como descobri isso, já que um mágico nunca revela seus truques.

Ai, que merda. Será que mais alguém sabe disso? Eu realmente espero que não.

Dou uma olhada ao redor, para ver se tem alguém prestando atenção em mim, mas o professor está focado na explicação, e os alunos tomando nota de tudo o que ele fala, e então, cuidadosamente, escrevo em um pedaço de papel:

BLAISE ZABINI TRATE DE ME CONTAR AGORA MESMO COMO VOCÊ SABE DISSO E ME DIGA SE MAIS ALGUÉM TEM CIÊNCIA DISSO OU ENTÃO EU TE MATO!

E com um sorriso perceptivelmente falso, entrego a ele, que faz uma careta ao ler o mesmo.

Recebo sua resposta logo em seguida.

Relaxe, gatinha, só mais uma pessoa sabe (obviamente a pessoa que me passou a informação)
Mas não vamos contar para ninguém, prometo.
Só diga que tomará cuidado, ele não é do tipo que dorme com a mesma pessoa duas vezes.

Fico analisando suas palavras por um tempo, intrigada; realmente gostaria de saber como ele sabe de tudo isso.

Lhe ofereço um olhar confuso, que o mesmo entende, e me responde dando os ombros. Reviro os olhos com sua resposta de "prefiro não te contar então irei me fazer de sonso" e então amasso o bilhete, jogando dentro da minha mochila.

***

Sentada na comunal, com meus livros em mãos e distante da maioria das pessoas, um grupo de garotas que davam risadinhas em um canto, vem até mim.

— Maia, é verdade que você e o Mattheo estão juntos? — uma das meninas pergunta, me fazendo olha-la torto.

— Bom, corajoso da parte dela, se for. — outra se intromete na conversa. — Ele é estranho, mesmo sendo bom de cama.

Fecho o meu livro e as encaro com a testa franzida.

— Quem disse isso a vocês? — pergunto de forma ríspida.

Eu sinceramente não entedia o porquê de tanto odiarem ele, o garoto não era lá essas coisas terríveis que falavam dele, só é meio insuportável, mas uma hora você se acostuma com isso.

Por seus olhares, sei que acham insana.

— Bom, a Júlia viu você saindo do dormitório dele hoje pela manhã. — a morena conta.

— Hm, certo. — retruco. — Mas não devo satisfação a vocês, não é? Ou vocês estão com ciúmes? — pergunto de forma sarcástica.

Sem esperar resposta, me levanto e me retiro do local, sentindo todos os olhares sobre mim.

Era essa a beleza de um segredo, certo? Todos querem saber a verdadeira história, mas você sabe que deve guarda-lo.

E eu não as devo porra nenhuma.






1/5 da maratona de 5k <3
OBS.: os capítulos serão distribuídos durante o fim de semana :)

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora