will i make it out alive

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POV MAIA

É estranho estar em uma Hogwarts onde Dumbledore não é mais diretor.
Já estamos na segunda semana de aula e poucas coisas estão acontecendo, a não ser as confusões internas de sempre.

Comensais agora tomam conta de Hogwarts, por mais que alguns professores tentem nos proteger, a sonserina vem sendo a casa que mais está sofrendo injustiça aqui. Nem todos de nós são maus, mas eles ainda não entenderam isso. E eu os entendo, estão assustados, mas nós também estamos.

Não temos notícias de fora, tudo está sendo revistado, nada é confiável. Ninguém é confiável.

No momento, estou sentada na comunal com um livro em mãos, algumas pessoas estão aqui também. Mattheo, graças a Merlim, não sei onde se encontra, mas posso imaginar.
Nos evitamos a semana inteira e não sei como ainda não nos esbarramos. Por mais que Hogwarts seja grande o suficiente, é bem difícil que a gente consiga se evitar pra sempre.

— Vocês ouviram os rumores? — uma das garotas do quinto ano presente ali diz para o seu grupo de amigos. — Estão dizendo que Harry Potter e seus amigos tentaram invadir o ministério da magia. Mas não disseram muito mais que isso.

— Talvez estejam tentando abafar o caso... — uma outra voz diz.

Harry, Harry, Harry... por onde você se meteu, o que está aprontando?

— Eu ouvi dizer que ele foi morto, que acharam seu corpo em uma floresta — outra pessoa se manifesta.

Rumores, claro, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo. Ninguém além dele.
Cansada da conversa, fecho meu livro e sigo para o meu dormitório, que divido com Pansy, Louise e Julia.
Encontro o ambiente vazio, obviamente, já que as garotas estão na sala comunal estudando.
Vou até minha cama e ponho meu livro ali em cima, pegando meu caderno de pintura e algumas penas e tintas.

Estou subindo para a torre de astronomia, preciso de um tempo sozinha. Fugindo de todos os rumores através da arte, e não da magia. Gosto de pintar quando estou sobrecarregada e com a cabeça cheia, isso me faz esquecer de tudo.

Quando chego ao local, me sento em um canto, espalhando minhas coisas pelo chão. E, com ajuda da minha varinha, ilumino um pouco mais o local.
Não faço ideia do que pintar, mas geralmente o desenho se forma sozinho enquanto o traço.

Desenho por umas duas horas, e sai uma espécie de floresta noturna, mas há algo peculiar no meio dela. Não sei explicar o que é, mas é uma espécie de animal brilhante. Não faço a menor ideia do por quê fiz isso, mas fiz.

— Ora ora ora... — uma voz ecoa pelo ambiente, me assustando. Não havia escutado passos. — Uma Black por aqui, hein? O que faz fora da sala comunal tão tarde, mocinha? — Era um dos comensais que agora trabalhavam aqui. Droga.

Não o respondo, apenas me levanto e o vejo se aproximar cada vez mais. Minhas mãos estão apertando minha varinha com uma força maior que a necessária, mas mantenho os braços para baixo, enquanto a varinha do outro está apontada para mim. Não desvio o olhar de maneira alguma e também não tenho reação.

— E então? Não vai responder? — ele diz enqanto se aproxima lentamente de mim. — Bem, talvez seja melhor não... pode ser que piore sua punição, mocinha Black.

Estou assustada, sei que não posso reagir. Ele tem poder e influência aqui e eu sou estudando, estou indefesa agora.

— Vamos, você cumprirá uma detenção agora mesmo. E durante o resto da semana também.

***

Estou no penúltimo dia de detenção, meu corpo todo doi, estou sendo obrigada a testar as criaturas que serão usados nas próximas aulas, meu corpo agora tem mais hematomas e cortes que tinham antes.

Luto com três, no mínimo, por dia. Cinco vezes cada. Estou fraca e destruída, mas não deixo transparecer.

Na penúltima batalha, caio no chão e fica por mais tempo que o necessário lá, precisava respirar um tempo e recuperar minhas forças.

— Vamos, garota, levante-se! — o comensal grita.

— Acalme-se. Preciso respirar.

Não deveria ter dito isso, não pensei nas consequências. Estava cansada demais pra pensar.
Ele se levanta e vem até mim no mesmo momento. Está furioso.

— Não me mande ter calma, pirralha, lenvante-se agora mesmo se não quiser que eu corte seu braço fora! — me levanto no mesmo momento, contrariada. Queria desafia-lo, mas este ainda não é o momento.

— Eu só preciso ir à enfermaria por um minuto e estarei bem novamente para treinar — digo, a fim de aliviar o clima e tentar fugir dali.

— Há! Enfermaria. Que piada. Garota tola! — ele fala ironizando-me, enquanto puxa uma faca de sua cintura. — Te darei um motivo melhor para ir à ala hospitalar!

E, com essa deixa, em um movimento rápido, o homem faz um corte longo e profundo em meu braço. Não vejo acontecer, mas sinto a dor tomar conta de mim no mesmo momento.
Meu olhar ainda preso ao seu, evito demonstrar emoções demais, apenas fico ali parada enquanto sinto o sangue escorrer pelo meu braço e a dor toma conta de mim. Uma queimação pior que todas as outras. Um grito fica preso em minha garganta.

— Agora sim, vá! Suma daqui antes que eu decida jogar a maldição cruciatus em você e não volte amanhã.

Saio dali de forma rapida e ágil. Estou atordoada quando chego ao corredor. Não consigo pensar, só sinto meu braço latejar fortemente enquanto pressiono a ferida com a mão do braço oposto. Sinto o sangue escorrendo pelos meus dedos.

Me esbarro com alguém enquanto estou caminhando, não estou prestando tanta atenção de para onde estou indo. Só sei que estou caminhando para a enfermaria.
Me sinto tonta, mas continuo andando sem pensar muito bem.

— Maia, ei! — a voz masculina me para no meio do caminho. — O que aconteceu? Por que você está sangrando tanto?

Tento responder, mas não consigo. Meu cérebro já não funciona tão bem.

— Venha, se apoie em mim, vou te ajudar.

Suas mãos fortes me carregam e me levan até a enfermaria. Mattheo me ajuda a chegar lá e não sei o que acontece depois. Não consigo me manter acordada por muito tempo. Só sei que estou sangrando, sangrando muito. E o corte queima. Queima mais que deveria. E essa tontura e enjoo não é normal. Não. Talvez seja todo o cansaço me atingindo agora. Ou talvez não. Talvez seja pior.

OBS.: capítulo sem revisão.
perdoem qualquer erro de escrita :)

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora