ride

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POV MAIA
— Amor, acorde — escuto uma voz me chamar

Lentamente, abro os olhos que, no mesmo momento,  são invadidos pela claridade do dia. Olho para o garoto em minha frente que mantem uma expressão serena e calma, ele me observa com os olhos cheios de dor, não entendo o motivo.

— O que há? — pergunto, a fim de saber o que tem de errado.

— Não é nada — ele desvia o olhar. — É só que... preciso ir.

— Ah — é a única coisa que falo. Não sei mais o que posso dizer.

Mattheo volta a olhar pra mim, e então olho para ele também. Seus olhos castanhos são mais bonitos a luz do sol, eu nunca havia reparado nisso.
Suas sobrancelhas agora estão arqueadas, ele está me encarando com o olhar inquisitivo, como se tentasse ler minha mente.

— Sou boa em oclumência — digo simplesmente, como se fosse uma resposta para uma pergunta qualquer.

— Ah — agora é ele quem diz

Rimos. Começamos a rir como se alguém tivesse contado uma boa piada. Ficamos assim até nossas barrigas doerem, e então ele finalmente volta a falar:

— Certo, tenho mesmo que ir agora.

— Tudo bem — digo e deixo um beijo em sua bochecha.

Após alguns minutos, Mattheo realmente vai. Acompanho o garoto até a saída e o vejo desaparatar em minha frente.

Horas mais tarde, Harry volta para casa, recebo-o com um abraço e então ele diz que precisa me contar uma coisa importante. Vejo uma sombra em seus olhos, consigo perceber seu nervosismo.

— Certo... — digo ainda observando sua expressão.

— Maia, Dumbledore havia me peço para fazer isso e não contar a ninguém além de Rony e Hermione. Mas acho que posso confiar em você. Eu preciso cofiar em você. Te imploro, não conte isso a ninguém, muito menos ao Sirius e Lupin. Tenho sua palavra?

— É claro, Harry — confirmo ao garoto.

— Há uma missão que devo cumprir. Não posso te contar tudo, mas irei sair no início das aulas em Hogwarts, junto com Rony e Hermione. Devo encontrar coisas para destruir Voldemort.

Eu confirmo com a cabeça, e pergunto:

— Por que está me contando isso, Harry?

— Porque será uma tarefa difícil e perigosa. Sirius, Lupin e os outros membros da Ordem provavelmente te farão perguntas, já que sabem o quão próximos somos. Quero que você se cuide e tenha o máximo de cuidado por cima. E minta sempre que precisar, preciso que faça isso por mim.

Eu lhe digo que farei, até por quê ele é importante demais para mim, não posso lhe negar proteção.

— Certo, obrigado — ele diz meio sem jeito, mas o conheço bem demais para saber que ele se sente, genuinamente, grato demais.

Me levanto e o puxo junto. Lhe dou um abraço forte e protetor, transmitindo o que eu sinto e que nenhuma palavra poderia descrever.

***
Eu havia acabado de acordar quando uma barulheira enorme chegou aos meus ouvidos. Estou descendo em direção à sala quando me deparo com os autores de toda a confusão: meu pai e Remus acabavam de voltar da viagem.

— Oi! — digo animada ao entrar no local.

Sou recebida por abraços dos dois homens mais velhos. Remus me puxa para sentar ao seu lado e me entrega algumas coisas que ele havia comprado para mim na viajem.
Sentada ali, peço aos dois pra que contem tudo, e assim eles fazem.
Fico contente de encontrá-los novamente.

Estou seguindo para a cozinha em busca de uma xícara de café, quando meu pai vem ao meu encontro:

— Maia, preciso lhe dizer uma coisa.

— Certo, diga — falo sem olhá-lo enquanto coloco o café na xícara com as mãos, já que havia deixado minha varinha em meu quarto.

— Hoje teremos visitas aqui em casa, e peço para que se comporte — ele diz, o que me faz olhar pra ele.

— Isso é piada, não é? Por que é a coisa mais ridícula do mundo você me falar uma coisa dessas quando sabe que eu tenho dezessete anos.

Estou com as sobrancelhas arqueadas e encarando-o quando ele assente com a cabeça e resolve se explicar.

— Sei que parece besteira. Você já é maior de idade e sei que é uma das bruxas mais sérias e inteligentes que existem, não vai agir como criança, você nunca fez isso, mesmo quando tinha idade. Mas é que nossos visitantes não são agradáveis para você, quero dizer... um deles não é — ele parece meio receoso ao falar.

— Não importa, terei compromisso hoje à tarde, não estarei em casa — falo ao me lembrar que era dia de encontrar com Mattheo.

Ele analisa minha expressão, estou genuinamente fazendo pouco caso do assunto e por mim já estava encerrado, mas meu pai não havia desistido.

— Sinto muito, Maia, mas você terá que cancelar e remarcar o que quer que seja seu compromisso de hoje. Receberemos visita dos Carter e eles estão muitíssimo ansiosos para encontrarem com você.

Quase cuspo toda a bebida ao ouvir aquele nome. Os Carter? Ele só pode estar de brincadeira com a minha cara.

— Não, de jeito nenhum — começo, largando a xícara no balcão e fazendo gestos com as mãos. — Sinto muito, não vou ficar, pode inventar qualquer desculpa, mas me recuso a encontrar com eles.

Ele me olha, e sei o que vai dizer antes mesmo que diga.

— Não. Não mesmo — digo antes mesmo que ele possa falar alguma coisa, mas é em vão.

— Você fica, Maia. Não vamos discutir isso.

Remus entra no local assim que abro a boca para rebater, e então pergunta:

— O que está acontecendo? — seu tom é suave e delicado como sempre.

— Você sabe o que está acontecendo, Rem, e sabe que isso é injusto comigo. Vocês não podem me obrigar a passar por essa tortura, não depois de tudo que passei.

— Já chega! — meu pai fala de forma rude.

— Sirius, se acalme, deixe-me tentar agora — Remus intervém. — Maia, querida, você sabe como isso é importante para nós, eles são pessoas excepcionais e você não pode penaliza-los para sempre por conta de um erro. Sua mãe era próxima deles e não gostaria que você agisse assim.

— Você não sabe do que ela gostaria. Talvez se ela ainda estivesse aqui, ela me apoiaria — digo de forma ríspida.

— Não importa, Maia, você vai ficar e a conversa se encerra aqui — Desta vez é meu pai quem fala.

Olho para ele uma última vez, raiva e decepção dominam a minha expressão. Eu não acredito que ele está me obrigando a fazer isso.

Sacudo a cabeça de forma leve e ainda descrente do que ele está fazendo, e então saio do lugar pisando forte e sem falar mais nenhuma palavra.

Ele vai mesmo me fazer reencontrar meu ex-namorado e toda a sua família mesmo sabendo que eu o odeio por ter me traído uma vez?




oii gente! espero que tenham gostado do capítulo :)
foi um final meio intenso mas eu quero fazer isso há muito tempo. tem muitas coisas que quero começar a desenvolver daqui pra frente e eu espero do fundo do coração que vocês gostem de tudo!

E quero desejar também um feliz ano novo meio atrasado pra vocês. Obrigada por tudo que fizeram por mim e pela fic no ano passado, eu sou muito grata a vocês por isso <3

E perdoem qualquer erro de escrita, o capítulo está sem revisão.

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora