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NARRADOR ON
Pela primeira vez, em dias, Maia deu um sinal de consciência após o ocorrido. Era meio da madrugada e Mattheo estava ao seu lado, ainda na enfermaria de Hogwarts, dormindo.
A garota abre os olhos lentamente, tentando lembrar do que havia acontecido, colocando sua consciência no lugar.

— Theo?... — Maia sussura baixinho ao ver o garoto sentado ao seu lado.

Como se já estivesse em prontidão, o garoto rapidamente acorda e se endireita na cadeira. Ele a vê com os olhos abertos, encarando-o, e rapidamente os olhos do garoto se enchem de lágrimas.

POV MAIA

— O que houve? O que está acontecendo? Por que estamos aqui? — pergunto, confusa.

Eu não conseguia lembrar, não entendia. Minha cabeça latejava de dor, meu corpo estava fraco e meu namorado parecia que ia desabar na minha frente.

— Eu estou tão feliz que você acordou. Como está se sentindo? — ele diz em um sussurro.

— Confusa, minha cabeça dói, meu corpo também. O que aconteceu comigo, Theo? — eu queria respostas pra toda a confusão que existia agora.

Ele respira fundo e me encara por alguns segundos, em silêncio, eu mantenho o contato visual que ele criou, eu amava aqueles olhos. A luz da lua entrava pelas grandes vidraças do local, e iluminava cada detalhe de seu rosto. Eu conseguia ver o merejo em seu olhar.

— Foi a maldição cruciatus, amor — ele diz com delicadeza, enquanto passa uma de suas mãos suavemente pelo meu rosto.

A confissão me choca um pouco, mas então lembranças e memorias vêm à tona. Começo a me recordar de tudo que aconteceu. Me mantenho em silêncio. Eu na verdade não sei o que dizer.

— Eu deveria chamar madame Pomfrey? Ela me pediu pra avisar se você acordasse.

Se...

— Se, eu acordasse — falei, pensativa.

Ele ficou em silêncio, encarava o chão. Não se movia, e eu gostaria de saber o que se passava em sua mente, mas não perguntei. Os minutos iam se passando, e eu apenas esperei ele dizer alguma coisa.

— É... — o garoto suspirou mais uma vez — Eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida, Maia, eu juro pra você. Eu tive tanto medo de perder você, de perder a pessoa mais importante da minha vida.

— Eu... — tentei dizer alguma coisa, mas eu simplesmente não sabia o que dizer.

— Você é tudo que eu preciso, amor, eu tinha tanta esperança de você acordar. Passei todos os dias e todas as noites aqui, ao seu lado, esperando você chamar meu nome, eu nunca quis deixar de acreditar nisso — ele desabafa, eu conseguia semtir o medo em sua voz. — Hogwarts está um caos, Harry está desaparecido por aí, as maldições imperdoáveis estão sendo cada vez mais utilizadas, mas, pra mim, tudo que importa é saber que você está bem.

Meus olhos marejavam a medida que Mattheo falava, seus sentimentos transbordavam a medida que sua voz falhava conforme as palavras saíam. Meu coração estava apertado de saber que ele se sentia assim. Nós estamos viajando em um cometa que pode colidir a qualquer momento, nada é prometido, e sabíamos disso. Vivíamos com o constante medo de perdermos um ao outro para o inevitável e irreversível.

— Você sabe que eu nunca te deixaria sem lutar. Se for pra morrer, que seja ao seu lado, lutando — eu disse, segurando sua mão.

— Não diga isso. Eu achei que havia perdido você. Não quero que você lute mais, mesmo sabendo que você vai. Mas vou proteger você melhor dessa vez — a mão dele se fecha sobre a minha — Eu senti tenta culpa por não estar lá com você; por não ter chegado a tempo de proteger você.

Eu não conseguia argumentar. Queria estar com ele a todo momento e gostaria que ele soubesse disso, mas eu sei que ele sabia. Se eu morresse, eu morreria o amando, e só isso bastava.

Mattheo me contou sobre meu pai e meu padrasto estarem vindo aqui todos os dias, ficavam comigo o tempo inteiro, Pansy também. Todos dando forças um ao outro. Soube que Louise sempre mostrava preocupação por mim, eu sempre tive muito carinho por ela também. Eu me sentia amada por saber que todos se preocupavam mas, ao mesmo tempo, eu não queria causar preocupação em ninguém.

Nós ficamos juntos por mais um tempo, até ele resolver chamar Madame Pomfrey. Eu confesso que não queria, preferia ficar em silêncio com ele, já que minha cabeça ainda doía e eu só queria tranquilidade. Mas eu sabia que era necessário.

Madame Pomfrey ficou extremamente feliz com a notícia de que eu estava consciente. Pelo visto, ninguém esperava que eu pudesse estar com tão poucas sequelas da maldição cruciatus, já que todos sabiam dos históricos das vítimas.
A enfermeira fez alguns exames, me deu poções para ajudar nas dores que eu estava sentindo, e me fez bastante perguntas, para avaliar o meu estado físico, mental e emocional.

Eu me sentia relativamente bem. Algumas coisas ainda não estavam certas em minha mente, e ainda sentia dores físicas mas, diante das circunstâncias, isso era normal.

Os dias iam se passando e meus amigos me visitavam constantemente e meus pais também. Madame Pomfrey não me deixava ir embora porquê gostaria de me manter em observação por mais alguns dias. Eu não relutei em relação à isso e só aceitei seu pedido.

Agora, eu já estava na quarta noite aqui, Mattheo nunca saía do meu lado, estavamos acordados, só nós dois. A essa altura do campeonato, a enfermeira havia permitido juntarmos duas camas na enfermaria, então nós estávamos deitados, um ao lado do outro.

— Quando tudo isso acabar, todo esse terror e essas maldições e lutas e guerras, quando tudo voltar a normal, e a gente se formar, nós vamos pra bem longe daqui. Eu e você. E nós vamos criar nossa família em paz. A gente nunca mais vai precisar lutar e nem sentir medo. Estaremos felizes e tranquilos, sem preocupações, pela primeira vez — o garoto dizia, de forma sonhadora.

Eu queria isso mais que tudo. Queria acreditar naquelas palavras e usaria isso como motivação pra lutar todos os dias dessa guerra. Seria essa minha âncora para não desistir e lutar por minha vida cada dia que se passasse.

— No fim de tudo, Maia, você é a única coisa que eu preciso. — Ele disse em um sussurro, seu rosto está proximo ao meu, e em seguida deixou um beijo em minha testa. — Boa noite, amor, eu amo você.

— Boa noite, Theo, eu também amo você. — retribuo as palavras, dando um selinho no garoto.

Mattheo dormiu não muito depois disso, mas eu não conseguia, então me levante da cama e me aproximei de uma das janelas, eu observava tudo que cercava Hogwarts. Era noite de lua cheia, então tudo ao redor estava iluminado. Eu pensei em meus pais, em meu primo, meus amigos e tudo que meu namorado disso. Pensei em um futuro. Mas eu não conseguia imaginar muito bem.

Poderíamos dar nossos últimos suspiros a qualquer momento. Eu estava dominada pela incerteza de tudo. Mas não sentia medo. Eu não temia nada porque eu sei que ele estaria comigo até o fim, seja ele quando for. Amanhã, ou daqui há cinquenta anos.

Voltei a me deitar ao lado do garoto, seu semblante era tranquilo ao dormir, isso me fez dar um leve sorriso. Eu tenho muita sorte de tê-lo ao meu lado.

Me revirei na cama por algumas horas, ainda pensativa. Ansiosa pra saber como tudo terminaria, se nós todos teríamos o final feliz que merecíamos, sem perdas. Mas logo tratei de espantar esses pensamentos, não adiantava martelar isso na minha cabeça, não havia como descobrir e nem cogitar nada.

E, se o céu desabasse sobre mim em algum momento, o seu nome seria o meu ultimo suspiro, seu rosto o meu ultimo vislumbre. Comecei a imaginar meu fim, pensando se eu o evitaria. Afinal, nada é prometido.



capítulo sem revisão, perdoem erros ortográficos!
obrigada mais uma vez por estarem aqui ainda, vocês não tem noção do quão importante essa história é pra mim <3
eu espero que tenham gostado!

Tell me a history - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora