Odeio você.

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Tinha algo querendo me despertar do meu sono, uma dor que estava começando a tomar intensidade.
Acho que já dormir demais.

Sinto uma pontada no pé da barriga, tento abrir os olhos, mas estavam tão pesados.

—Lisa..Lalisa..— a chamo.

Sentia meu corpo soar frio, uma dor de cabeça horrível é uma vontade enorme de vomitar.

—Lisa...— sussurro.

Quero abrir os olhos, mas tinha algo tampando minha visão.

—Ta doendo. — falo tentando tocar a ponta da minha barriga. — doi muito...

Levo a mão até meu rosto e puxo uma faixa que estava nos meus olhos, a claridade me invade e fecho os olhos incomodada.

Volto a abrir os olhos vendo um teto branco, algo fazia bip perto de mim. Olho pro lado e vejo o monitor de batimentos cardíacos. 

Minha boca está seca, quero água.

Por que estou num hospital? E porque sinto uma dor horrível na minha barriga?

—LALISA!!— a grito em meio ao choro.

Kai...ele me empurrou da escada, ele machucou Lalisa e pessoal.

Me contorço de dor.

Tento achar o botão de chamar a enfermeira, mas a dor na minha barriga aumentava cada vez mais.

—ME AJUDAA.

Sinto algo molhando o meio das minhas pernas, ergo a cabeça pra ver é uma mancha de sangue começava a formar no lençol.

Por que estou sangrando?

Estico o braço em que eu estava recebendo o soro, consigo apertar o botão de emergência.

O bip do monitor estava começando a ficar mais acelerado, meus batimentos estavam fortes demais.

Lágrimas e mais lágrimas escorriam por todo meu rosto. Eu não desejo essa dor a ninguém.

Escuto a porta ranger e logo em seguida uma voz.

—Meu Deus, ela acordou, chamem o médico. — não sua idiota, eu tô dormindo ainda.

A enfermeira aparece no meu campo de visão e se assunta ao ver um monte de sangue.

—O que está sentido querida?— ela tenta soar calma, mas notava o nervosismo em sua voz.

—Dor..— gemo entre soluços.

—Eu quero que respire fundo, com cuidado e não olhe pro sangue.

— Por que eu estou sangrando? Cadê a Lalisa? Eu quero a Lalisa!!

—Calma...

Um médico entra correndo no quarto, ele não esconde a supresa ao ver meu estado.

—Jennie, vamos te levar pra fazer alguns exames, peço que se acalme.

Tem como esses porra parar de pedir calma, quem tá sentindo dor sou eu.

— Por que eu  estou sangrando? — choramingo.

— Você está perdendo o bebê..

Bebê.?

[...]

Eu não me  sentia nada bem, segundo os médicos, eu estava de como a uma semana e três dias, e eu tinha que acordar.

A maior supresa ao acordar, foi saber que eu estava grávida...mas o bebê não resistiu, estou tão fraca, tão debilitada, que ele não resistiu, ele dependia de mim pra viver.

Eu lembro bem de tudo o que aconteceu, estou com muito medo. Não quero voltar a passar por isso.

Olhava pra janela do quarto que me colocaram, o dia estava lindo lá fora, porém aquilo não importava pra mim.
Eu só queria ir pra casa e esquecer que tudo aconteceu.

Por que comigo?

Minha vida era ótima, apesar de algumas coisas, eu era livre, era feliz, ia me formar em enfermagem, trabalharia num hospital, agora parece que nada disso tem sentido. Tudo culpa dela.

Lalisa Manoban desgraçou a minha vida.

Eu a odeio por isso.

Algumas lágrimas escorrem por meu rosto.

Me sinto patética.

Minha atenção é atraída pela porta do quarto sendo fechada. Lalisa estava ali, ela segurava um buquê de rosas brancas e um ursinho.

Ela sorrir parecendo realmente feliz, mas não retribuo seu sorriso.

—Você acordou. — sua voz soa aliviada. — quando o doutor me ligou eu vim correndo pra cá. 

—Eu preferia ainda está de coma. — falo friamente.

— Porque está falando isso? — q expressão dela muda. —Jennie..

— Eu perdi o bebê, acho que essa parte o medico não te falou.. mas o que importa? Minha vida está toda fudida e a culpa é sua. — falo expondo minha raiva. — porque fez isso comigo? 

—Eu..Jennie, por favor, você não pode se estressar.

— Eu não quero te ver.— falo entre dentes. — sai daqui, vai embora.

—Jennie..vamos conversar, não faz isso.

— me deixa sozinha, eu quero ficar sozinha.

— A gente vai passar por isso juntas, eu vou cuidar de você, eu prometo melhorar..eu só quero que você fique bem. — ela fala desesperada.

O olhar dela era como o de uma criança perdida, mas nesse momento aquilo não me comovia.

—Vai embora..— peço.

— Eu vou ficar lá fora, mas não vou sair daqui.

Ela deixa as flores no sofá e põe o urso na beira da cama.
Lalisa me olha uma última vez e por fim, sai.

Assim que ela facha a porta, me desabo em chorar, sei que chamei por ela quando acordei, mas não é tão simples quanto parece.

Eu a amo tanto, mas não posso perdoar o fato de que ela acabou com minha vida....

Eu a amo tanto, mas não posso perdoar o fato de que ela acabou com minha vida

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Tráfico  - Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora