Capítulo 4 - Primeira fase da guerra

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Capítulo 4

Primeira fase da guerra

Nos campos de treino do Oeste, havia uma agitação febril entre soldados e generais. Uma guerra estava sendo organizada e era certo que eles venceriam. Tinham um exército maior, mais bem preparado e um número grande de cultivadores poderosos, dispostos a tudo para resgatar a Terra do Extremo Leste de sua conduta desvirtuada.

Fora o ato heroico a que se atribuíam, nobres regatariam suas fontes de rendas, soldados receberiam gordas bonificações e mercenários seriam pagos com soldos acima do preço de mercado, todos estavam estimulados por aquele conflito.

O plano elaborado pelos generais da Luz era muito simples e repetia o esquema usado na última vez. Com duas frentes de batalha, uma por mar e outra por terra, pretendiam erradicar o mal em pouco tempo.

No extremo leste, Wei Ying e os generais tentavam organizar a resistência. Lan Zhan participava de tudo nos bastidores.

— Fica assim, eu e Lan Zhan vamos tentar impedir que a frota ultrapasse o Cabo do Desespero.

— Você vai tocar sua flauta de novo? — perguntou Cheng.

— Vou — respondeu, sabendo que teria que dar maiores explicações.

— Como ela funciona? — perguntou outro líder general.

— Há muito tempo eu tinha um amuleto que era produzido com uma relíquia antiga. A Chenquing absorveu uma pouco da energia dela e ... — hesitou. Todos esperaram. — ela consegue perturbar, incomodar os espíritos — concluiu com satisfação.

— Então você pretende incomodar os espíritos para eles produzirem ondas e não deixarem os navios chegarem?

— Isso. Esse é o plano.

— Bem, como a Terra da Luz conhece seu artefato mágico eles vão se preparar para isso.

— Sim, certamente, vão tentar me impedir de tocar a flauta, Lan Zhan vai me proteger.

— Eles também vão presumir que você vai ser protegido, como foi da outra vez.

— Correto, mas não há o que fazer, esse é o nosso melhor plano.

— Essa parte então está definida. Quanto ao resto? — perguntou o General Morto, que tinha ganhado essa alcunha por ser o líder do Porto da Morte.

— O resto é dividir os soldados em dois grupos. O primeiro e menor vai ficar no porto e, caso os navios consigam ultrapassar a nossa barreira, impedir que eles desembarquem. O segundo grupo, o maior, vai ao encontro das tropas que estão chegando por terra. A tática é a guerrilha, evitar confronto, criar armadilhas e ataques surpresas.

— É tudo o que temos — informou Chang, faremos o nosso melhor.

A sensação de apreensão era grande. Informantes davam conta de que o exército da Terra da Luz excedia a tudo o que eles tinham visto antes.

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No dia em que a Corte de Clãs aprovou a proposta de guerra enviada por Sua Majestade, Lan Zhan estava no Palácio Central e assistiu a sessão. Declarada a guerra, ele saiu do palácio, caminhou pelas dez quadras que a separava do porto, embarcou em um navio e ficou no convés, olhando o cais, por duas horas até que o navio partisse.

Comentou-se amplamente, que essa atitude da antiga majestade era uma forma de protestar por ter tido as suas leis revogadas e pela declaração de guerra. Mostrar, também, que mantinha o apoio dado, anteriormente, ao povo do extremo leste. Além dessas motivações, Lan Zhan tinha outras.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora