Capítulo 11 - A Casa da Falésia

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Capítulo 11

A Casa da Falésia

Wei e o Lan Chegaram à casa de veraneio da família Quon, localizada em uma esplanada pedregosa, relativamente reta, decorada aqui e ali por arbustos miúdos, em locais onde a areia e a terra conseguiam se acumular.

— Que lugar bonito! — exclamou Wei, observando a Baía da Luz em todo seu esplendor.

Lan Zhan parou, olhou o horizonte e divagou nele por alguns instantes.

— Bonito mesmo — concordou. — Wei, o líder está conseguindo dominar o espírito da esposa porque ela ficou fraca, você acha que ele o dominará por muito tempo?

— Algum tempo, ela perdeu energia para se livrar do receptáculo e se fragmentando em servidores; deve estar em hibernação. Mas não podemos demorar demais, ela parece ser muito sagaz e logo vai encontrar os pontos fracos do líder.

— Isso significa que ela tinha e manteve um cultivo excelente.

— Onde você quer chegar? — Wei observou a face do amado.

— A outra cultivadora precisou esperar que ela entrasse em trabalho de parto para a vencer.

— Lan Zhan, você nunca foi tendencioso e agora quer tomar partido da senhora Bo?

— Eu a comparo a minha mãe: geniosa, passional, era assim que eu ouvia, sem ser visto, a maneira como eles a definiam.

— Entendo, mas não creio que vamos saber todas as verdades dessa história. Lan Zhan, sua mãe, certa ou errada, era a sua mãe; ame-a somente por isso. Os dramas que ela viveu não importa. Eu penso assim, amo meus pais e pronto.

O Lan sorriu e os dois seguiram em direção às construções em pedra e bambu, onde já estavam sendo esperados.

A casa de veraneio, apesar de sua aparência isolada, ficava a poucos quilômetros dos principais centros de comércio e de alguns portos. Era formada de quatro pavilhões: uma cozinha com área de refeições e três alojamentos com salas e quartos.

Eles foram recebidos por Assch que, com a aparência um pouco desolada, os conduziu até uma das construções.

— Não vamos trazer serviçais, meu pai quer que toda essa história fique em total sigilo. Então, mestres, teremos que cuidar nós mesmos de nossos aposentos e nos revezar na cozinha.

— Isso não é problema, Assch — falou o Lan, muito carinhoso e mereceu um olhar de desdém de Wei.

— Papai me pediu para solicitar total discrição em relação aos fatos que sabem.

— Tem nossa palavra — tranquilizou, Lan Zhan.

— Gostaria, também, de solicitar total discrição de sua parte em relação aos meus segredos — pediu Wei, com um pouco de cinismo.

— Sei que não pareço de confiança, mas eu sou, Mestre Wuxian — respondeu, um pouco arrogante.

— Como está seu pai? — perguntou o Lan, trazendo a atenção da moça de volta para si.

— Bem! Cozinhando, ele não quer que falemos de problemas hoje. Assim que escurecer, faremos a refeição ao ar livre.

Assch indicou a construção para qual deveriam seguir. Abriu uma porta grande e chegaram a um pátio interno.

— Como temos três casas de quartos, ficaremos distribuídos entre elas, essa será somente de vocês. Eu ocupo outra com meu pai e Liang a terceira. Podem ficar à vontade, esperamos vocês mais tarde.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora