Capítulo 13 - A Rosa Branca volta para o extremo Leste

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Capítulo 13

A Rosa Branca volta para o extremo leste

No pouco tempo em que a Rosa Branca conhecia Lan Zhan, ela passou por três fases intensas: uma ligação afetiva forte com seu mestre, a desilusão em saber que ele tinha um compromisso e o esforço por transformar o amor em amizade.

Para entender melhor o compromisso do Lan, buscou informações sobre o Mestre Wei e soube que ele também era o Patriarca de Yiling e o Grande General do Extremo Leste. Assim, ao desembarcar no Porto da Morte, começou a sua procura pelo Grande General, como ele era tratado naquela terra.

A Rosa Branca havia se tornado querida naquela localidade, muitos moradores se mostraram interessados em ajudá-la. Nas suas primeiras buscas, notou que ninguém sabia ao certo onde o patriarca morava, se referiam sempre aos lugares que ele gostava de frequentar, em especial casas de bebidas e pousadas, onde passava temporadas. Muitas eram as pessoas que o conheciam e outras tantas se diziam amigas do general. A moça achou que o comportamento dele era muito diferente do de seu mestre. Também se referiam a ele como uma pessoa alegre, sociável e solícita, o que era muito diferente de tudo o que havia percebido nele, parecia que falavam de outra criatura.

Depois de algumas visitas infrutíferas ela soube da existência de Li. Essa era moradora da Vila dos Madeireiros e era considerada uma das pessoas mais próximas a Wei Wuxian. A moça subiu o rio em um barco pequeno, conduzido por uma mulher silenciosa. Já conhecia a exuberância da vegetação e a quantidade impressionante de pássaros e animais, mas isso não tornou aquele percurso menos impressionante.

Na Vila Madeireira, foi conduzida até a casa de Li. A amiga do patriarca via nela a fonte do sofrimento secreto de Wei e se mostrou pouco disposta a ajudar. Assch disse que precisava falar com o general, que o assunto era urgente, mas que não podia revelar o teor da conversa.

— Só devo entrar em contato com o general se o assunto for muito sério, essa é a regra. Você entende? — disse um pouco áspera.

— Considere que se eu fiz uma viagem tão longa é porque o assunto é relevante.

Havia uma sincera aflição na voz da moça que levou Li a considerar a proposta. Chang, que também estava na sala, sinalizou positivo para ela, que pegou um talismã num pote e o queimou. Assch ficou horas na casa, à espera do Patriarca.

Quando Li o recebeu à porta o achou triste e sereno, como se a dor começasse a se acomodar em algum lugar dentro dele, lamentou tê-lo chamado, temia acordar dores que já dormiam. A expressão estranha na face de Li, alertou o general.

— O que foi?

— Você tem visita, só te chamei porque ela insistiu muito.

O patriarca entrou e, ao ver Assch, empalideceu, ela era a última pessoa que ele gostaria de ver na vida. A cumprimentou com educada reserva.

— Preciso falar com você em particular — adiantou-se a moça. — É importante.

— Vamos caminhar — sugeriu o general.

Quando os dois já estavam na parte externa da vila, Assch contou toda a história, sem omitir nenhum detalhe. Pela narrativa dela, ele via as ações do Lan, sempre dignas de um nobre.

— Para onde devemos seguir? Já que você conhece todos os meus segredos, podemos ser diretos.

— O Mestre Lan só me contou porque ...

— Não precisa me explicar, essa é uma decisão dele — interrompeu-a. — Para onde devemos ir?

— Para o Fosso Temporal, perto de Tér.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora