Capítulo 15 - fatalidade

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Capítulo 15

Fatalidade

Pela janela, Wei olhou os fogos. A rua da pousada estava vazia, todos estavam assistindo a grande final do concurso de pinturas, onde ganharia um prêmio quem melhor retratasse o amor das rosas. Não podia fingir para si mesmo que isso não o incomodava, Lan Zhan e Assch se equiparavam em cultivo, nascimento e beleza: um casal perfeito. Mas não queria deixar o Lan perceber sua insegurança, já tinha criado muitos atritos por isso. Desejava ardentemente que a missão com a senhora Bo terminasse logo e eles pudessem voltar à rotina, sem anjos nem nobres.

Na esplanada, toda decorada, uma tenda aberta abrigava os nobres em grande estilo, enquanto os cerimonialistas conduziam a votação, que ocorria com grande entusiasmo. Todos os concorrentes receberam selos de participação, que assegurava que haviam pintado usando as Rosas como modelo.

A tela vencedora, que representava os dois nobres em um cenário celestial, onde o Lan tinha olhos ardentes de paixão para Assch, que, um pouco rubra, curvava o corpo em direção ao amado, pertenceria a família Quon, como estava nas regras do concurso. As outras telas, rapidamente encontraram compradores, devotos que acreditavam que o poder do amor dos dois, que havia vencido o terrível Patriarca de Yiling, tinha poderes para proteger a família.

Terminado o exorcismo dos servidores e o concurso, eles voltaram para a casa da falésia. Já era noite quando chegaram, antes deles, os servos já haviam trazido os seus pertences e arrumado o local.

— Descansaremos hoje e amanhã, mandei preparar um banquete para amanhã à noite, depois discutiremos sobre os novos procedimentos, todos precisamos descansar — decretou o líder.

Todos ficaram felizes com a programação, estavam cansados de corpo e espírito. Depois de descansarem bastante, Lan Zhan e Wei vagaram pelo entorno, conheceram novas paisagens e caminharam à beira do mar. Liang e Assch fizeram passeios semelhantes, o líder vagou sozinho, como era de seu gosto.

Depois que os serviçais, que vieram montar o banquete, foram embora, vestidos com suas melhores roupas, o grupo se uniu para aquela festividade. O líder Quon não permitiu que se falasse nada que fosse sério ou triste. Naquela alegria falsa havia um sentimento de fatalidade, que eles não sabiam explicar ao certo.

Na manhã seguinte ao banquete, Assch e o pai conversaram longamente, na parte da falésia que ficava mais perto ao mar.

Wei, observando de longe a cena, pensou sobre os acontecimentos daquela família, que havia resultado em tal tragédia. Não sabia dizer se Líder Quon havia amado a esposa ou se era a amante o amor de sua vida. O fato é que a falta de honestidade no amor havia causado muita aflição para todos.

Naquele dia, que foi designado pelo líder como o de descanso do banquete, onde não haveria nenhuma programação especial, eles mal se viram, os espaços ficaram vazios a maior parte do tempo.

Já era fim de tarde, quando Wei foi para a esplanada e viu o senhor Quon, que saia da construção onde estava hospedado Liang. O líder seguiu para longe, parou, olhou o céu, o mar e o infinito. Havia alguma coisa estranha nele.

"Sobre o que o líder estava conversando com Liang, que não podia ser partilhado pelo resto do grupo? — estranhou. — Hoje pela manhã ele conversou com Assch, agora com Liang, tem algo estranho acontecendo."

Nesse momento Liang saiu de seus aposentos e se deparou com Wei, viu neles olhos preocupados e se preocupou ainda mais. Nos olhos de Liang, Wei deduziu o que havia acontecido, tudo em sua mente se desenhou claramente e o nobre também entendeu a catástrofe que se aproximava.

Wei e Liang partiram correndo em direção ao Líder Quon, o patriarca estava mais próximo, quando uma voz desviou sua atenção.

— Pai! — Assch chegou ao alto da falésia, subindo de uma das praias. Ela estava perto demais do pai. Os olhos do senhor Quon se encheram de susto e Wei mudou seu percurso e abraçou a moça, jogando-a no chão.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora