Capítulo 20 - Compromisso Afetivo

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Capítulo 20

Compromisso Afetivo

O campo, que Wei lançou para proteger Lan Zhan, se desfez em alguns minutos. A majestade se aproximou — olhos aflitos — do patriarca, que estava caído no chão. Vindas do corredor, vozes mostravam que o que havia acontecido no quarto tinha sido percebido fora dele. Passageiros se perguntavam por que o navio havia balançado tanto.

Lan Zhan pegou Wei no colo e o colocou na cama, sentiu a pulsação e a respiração dele e afligiu-se. Do lado de fora, um funcionário solicitava confirmação se todos estavam bem. Vendo que os ocupantes da cabine não respondiam, bateu na porta. Lan Zhan a abriu um pouco e com voz serena respondeu:

— Estamos bem! Sabe me dizer o que aconteceu?

— Ainda não, senhor, a tribulação está verificando o barco e o mar, para ver o motivo da embarcação ter oscilado tanto. Vamos informar assim que tivermos resposta.

— Muito obrigada — agradeceu e fechou a porta.

Voltando para perto de Wei, tentou reanimá-lo.

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Mãos suaves tocavam a sua face e pegavam em seu pulso. Gostava daquelas mãos, gostava muito daquelas mãos, mas não conseguia acordar. Seu corpo todo doía.

Ouviu vozes. A amada voz de Lan Zhan, mas havia também a voz de outro homem. Não conseguia saber o que eles falavam. Tudo ficou cinza novamente.

O suor deixava uma sensação grudenta na pele, sentiu o frescor de um pano úmido e o cheiro bom de produtos de higiene pessoal. Seu cabelo foi organizado e a nuca limpa. Gostava muito de tudo aquilo, mas sua carne estava sensível e doía. Queria dormir e não sentir dor.

Porções de energia vigorosa entraram em seu corpo, durante seu sono, e ele se sentiu melhor. Abriu os olhos, estava muito fragilizado. Não era exatamente uma sensação nova, desde que havia perdido seu núcleo dourado havia provado desse sentimento várias vezes. Ainda assim, era inquietante se sentir tão vulnerável.

— Wei Ying, você acordou?

Ele sorriu.

— Lan Zhan, eu estou bem, foi só um susto — sussurrou.

— Descanse, não tente se esforçar demais.

— Estou melhor. Como você está?

— Desculpe-me — pediu constrangido.

— Por quê? — Wei enrugou um pouco o cenho.

— Meu desejo leviano arriscou sua vida.

— Não é um desejo leviano, é legítimo. Mas estamos fadados.

— Parecia muito importante antes, parece tolo agora.

— Lan Zhan, nem eu sabia que aconteceria isso, não mesmo.

— O que você acha que aconteceu? De onde vieram tantos espíritos?

— Provavelmente uma bolha. Demos azar de estar perto de uma bolha.

— Bolha? O que é isso?

— No Mar da Morte existem espaços onde, por algum motivo que não se sabe, juntam-se vários espectros. Lá não é raro, mas aqui no Mar da Luz eu nem sabia que existia.

— Os espíritos saem do mar e formam bolhas no ar?

— Não, outros espíritos que vêm atraídos pela energia densa. Os do mar nunca saem da água.

— Por quê?

— Não se sabe.

— O que os atraiu?

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora