Capítulo 8 - Invasão a Colina

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Capítulo 8

Invasão a Colina

Wei já estava instalado novamente no lar de pedra e pensava em uma maneira de voltar a comercializar seus produtos, sem revelar que ainda estava vivo. Não podia mais ir para o extremo leste e decidiu que não deveria mais voltar a Tér, onde muitos nobres o conheciam, mas poderia ir para o Noroeste, onde era desconhecido.

Lan Zhan chegou, atravessando o campo que vedava a entrada da caverna. Depositou um embrulho na mesa, cumprimentou Wei com um beijo e observou a água da tina que fumegava. Wei, que olhava para ele embebido de amor, viu o que o havia distraído.

— Esquentei a água do banho demais, estou esperando esfriar.

A Segunda Jade pegou um balde e adicionou água fria, que descia da pequena cachoeira, colocou a mão e verificou a temperatura.

— O que você trouxe, Lan Zhan? — perguntou, observando o embrulho de papel.

— Chocolate e queijo curado — respondeu, ainda se ocupando em preparar o banho de Wei.

— Hoje é um dia especial — perguntou malicioso, já que chocolate era um doce caro e raro de se encontrar na Terra da Luz.

— Estamos juntos, então é um dia especial. Posso lavar os seus cabelos?

Wei riu e, fazendo muitas gracinhas, tirou a roupa, ficando somente com a roupa íntima de cor vermelha. Fora da Gruta Termal, eles evitavam mostrarem-se despidos. Wei entrou na tina.

— Está na temperatura exata — Mergulhou, molhando bem os cabelos. Quando retornou, pétalas perfumadas estavam cobrindo a superfície da água.

— Lan Zhan, onde você conseguiu essas pétalas? — perguntou, já aborrecido.

— Foi no Sul e não no Norte, agora tente relaxar. Deixe-me ver sua ferida — pediu, levando a mão para desabotoar a blusa dele.

— Está ótimo — informou, segurando a mão do Lan, olhos assustados.

— Não seja indecente, eu só quero acompanhar a cicatrização.

Wei soltou a mão do Lan, olhos atentos monitoravam a face amada.

— Por que você está me olhando assim, Wei. Eu sou o mais disciplinado dos cultivadores, esqueceu?

— Eu sei, mas tem a água, o perfume, essas coisas provocantes.

— Você está se sentindo provocado, Wei?

— Vamos trocar de assunto, o que você acha da cicatrização das costas? — perguntou, virando-se.

— Perfeita, pelo jeito não vai ficar nenhuma marca — disse, tocando com a ponta do dedo a pele em regeneração.

— Vai demorar alguns anos até saírem todas, mas, por fim, não vai sobrar nada. As doutoras são muito eficientes.

Lan Zhan desembrulhou um shampoo em barra, embalado em papel delicado. Molhou a peça na água e Wei achou muito provocante aquelas mãos brancas tão perto de seu corpo. Fechou os olhos e respirou fundo.

O Lan, que observava a cena, riu levemente e começou a ensaboar os cabelos dele. O patriarca adorava aqueles momentos de delicada proximidade. Sempre que estavam juntos, sentia-se envolto em magia. Naquele momento, o toque de Lan Zhan criava uma camada de eletricidade em seu corpo e ele deixava de ser uma pessoa comum, se sentia numa existência partilhada com a essência do Zhan.

A Segunda Jade dedicou longo tempo à tarefa de lavar e desembaraçar, quando já perfumava os cabelos do amado, com óleos, deixou as mãos correrem pelos ombros e costas.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora