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Eduarda voltava caminhando da casa de Xana, dessa vez sem Gael, quando Vitória lhe contou que havia conseguido uma outra advertência.

— Vitória! De novo? — Perguntou, parando de caminhar. — Tu ganhou uma advertência na sexta-feira! — Disse. Hoje, terça, parecia que Vitória havia começado a semana com o pé esquerdo.

— Mas faz tempo... — Ela disse, chateada.

Du soltou a mão do filho momentaneamente para passá-la no rosto, estressada.

— Não faz, não, Vitória! Tu não pode sair por aí mordendo seus amiguinhos. — A garotinha se encolheu. — Chega, Vitória, tu tem que me prometer que não vai mais fazer isso. O que aconteceu com "contar pra tia Cláudia?"

— Ela não tá sempre perto da gente. — Justifica Vitória.

— Então tu fala com qualquer tia que estiver por perto, mas para de machucar seus amiguinhos, se não eu vou ter que te trocar de escola. É isso que tu quer? — Ela negou com a cabeça, tristonha. — Promete que não vai fazer mais isso?

— Prometo. — Disse, baixinho.

— Obrigada, meu amor. — Agradeceu. — Guilhe— Disse, se virando, mas em seguida, não encontrou o filho.

Seu coração parou naquele exato momento, e todos os tipos de coisas ruins lhe passaram pela cabeça. Aquilo não podia estar acontecendo. Ela olhou desesperadamente ao redor, até encontrar o filho correndo até uma quadra. O garoto parou no final, colocando as mãos no joelho e tossindo. Aquilo não era bom, nem um pouco.

— Guilherme! — Gritou, ao vê-lo. Du pegou Vitória no colo e correu em disparada até o filho, deixando a filha no chão e retirando de sua bolsa a medicação do filho, que ofegou, tentando inalar e em seguida utilizou a bombinha, voltando a tentar inspirar.

Du continuou segurando a mão de Vitória enquanto tentava acalmar o filho.

— Eu não sei se eu te abraço ou te dou bronca! — Disse, ainda sentindo o coração bater desesperado, mas agora estava mais calma. — Nunca mais faça isso, entendeu, José Guilherme? — O garoto concordou com a cabeça, a crise diminuindo agora.

— Desculpa. — Disse, com dificuldade. A mãe o abraçou em seguida, o pegando no colo.

— Quanto medo eu senti! Quanta coisa podia ter acontecido! — Disse. Logo depois, ouviu uma voz que parecia a de seu amigo, Lucas, chamando-a. Ela olhou ao redor, achando ser um engano, até encontrar o chefe da empresa Império, de terno em gravata como nas fotos dos jornais, andando lentamente em sua direção.

Isso não podia estar acontecendo.

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Lucas estava mais uma vez sentado na arquibancada, assistindo outro jogo de futebol de Vitor. Havia perdido um pouco do começo do jogo devido o trabalho e agora era um momento extremamente decisivo.

Vitor passou a bola para um de seus amiguinhos que chutou perfeitamente no gol, passando pelo meio das mãos do goleiro e marcando um golasso. Lucas levantou, junto de Cristina, Elivaldo e Tuane, batendo palmas para o time de Vitor, que se abraçava e comemorava cantando e gritando.

— Guilherme! — Lucas escutou alguém gritar, apenas a pouco espaço de onde estava, na entrada da quadra. A voz lhe parecia familiar, parecia até a voz de sua amiga, Eduarda.

Curioso, ele olhou ao redor, procurando os famosos cabelos vermelhos da amiga, mas não encontrou, óbvio que não. O que ele estava pensando?

Assim que voltava a desviar o olhar, seus olhos encontraram um rosto conhecido, que consolava um garoto e lhe entregava o que parecia ser uma bombinha de asma.

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora