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Seu turno estava próximo do fim. Em dias de semana, o bar geralmente fechava mais cedo e nesses dias, Eduarda não via problema em trabalhar, ainda mais sabendo que seria bem recompensada.

— Mãe! — Ela ouviu de repente, seguido por dois pequenos abraços.

— Crianças, oi! O que tão fazendo aqui? Cadê o tio Xana? — Perguntou.

— Tô aqui, fui eu quem os trouxe. Queria levar eles e o Luciano pra comer alguma coisa gostosa. — Xana disse indo até a mãe dos gêmeos.

— E aí, Du? Beleza? — Luciano acenou sorrindo, indo até a mesa de totó.

— Beleza. — Respondeu sorrindo.

— Você não falou com ele, né? — Automaticamente, Du sabia de quem estavam falando.

— Não, não falei. — Ela se virou, querendo evitar o assunto e olhando para as crianças que tentavam ver Luciano jogar. — Que tal uma porção de bolinho de carne?

— Sim! — Gritaram todos juntos, o que chamou a atenção do dono do bar, que saiu da cozinha encontrando as crianças na área de fora.

— Ah, olha quem tá aqui! Meninos, venham aqui! — Disse o senhor.

Os gêmeos — E Luciano — foram até o homem, o cumprimentando.

— Isso é obra sua, né, Xana? — Disse Manuel, apontando para as roupas combinando dos gêmeos. Du não era a maior fã das combinações, embora todo aniversário ganhassem pelo menos dois conjuntos do tipo, um vindo de Xana.

— Eu acho uma graça! — Diz, fazendo todos rirem. — Se a Du não coloca neles, eu coloco. — Sorriu para Vitória, que usava um vestido em um tom claro de amarelo com desenhos de bananas, enquanto Guilherme usava uma camisa com estampa igual e uma bermuda branca (milagrosamente ainda era branca).

— Ai, Xana. — Du diz, rindo.

— Tio Manuel! Dá pra gente as tampinhas de refrigerante? — Pede Vitória, com um sorriso.

— Vou buscar. — As crianças sorriram. Desde pequenos, costumavam ir sempre que podiam para o bar do Manuel, onde o mesmo os ensinou a jogar alguns jogos com tampas de garrafa pet, como jogo da velha.

Assim que as crianças se distraiam desenhando as marcações do jogo em um papel que lhes foi dado, Manuel disse:

— Tô esperando crescerem pra ensinar damas e truco. — Xana e Du riram.

— E então? Ela recebeu alguma advertência hoje? — Du perguntou.

— Não que ela tenha me contado. — Xana diz, fazendo Du concordar com a cabeça.

— Vou olhar a agenda deles mais tarde. — Diz a moça, indo se sentar com as crianças e observá-las brincar. Os dois sorriram pra ela e continuaram jogando.

Então, os dois decidiram ver quem conseguia empilhar suas tampinhas primeiro, fazendo-as cair e fazendo os três rirem bastante juntos.

Naquele momento, ela reconsiderou o pedido de Gael. Talvez fosse uma boa ideia levar as crianças para a praia, se distrair, se divertir um pouco, e a presença de Gael certamente iria ajudá-la a ficar de olho nos dois.

Tudo parecia perfeito, até Du sentir uma mão em seu ombro.

— A gente pode conversar?

Guilherme cutucou a irmã e sussurrou em seu ouvido:

— Esse era o homem que tava chamando a mamãe antes de ontem. — Vitória o olhou curiosa.

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Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora