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Lucas assistiu conforme as crianças riam ao sair do brinquedo, abraçando a mãe e falando sem parar.

— A gente pode ir de novo? — Perguntavam, repetidas vezes.

— Por que a gente não sobe e procura novos brinquedos? Pode ser? — Perguntou Lucas, os vendo concordar. Dessa vez os queria conhecer melhor.

Vitória subiu contando de como foi na escola, o que fizeram, do que brincaram, quais suas lições...

— A tia também disse que eu menti na lição de ontem. Tem um bilhete na minha agenda. — Explicou Vitória, na escada rolante.

— É lógico que ela disse. — Eduarda suspirou, revirando os olhos. Deu a mão pros dois enquanto andavam e sussurrou para Lucas. — Se ela fosse nossa professora quando éramos adolescentes, ela tava lascada.

— Implica com eles?

— Orra, com tudo. A Vitória é mentirosa e o Guilherme é preguiçoso. Uma verdadeira bruxa. — Disse, brava.

— Posso ir no carrossel? Posso, posso, posso!? — Vitória perguntou, olhando para o brinquedo.

— Não sei, pergunta pro Lucas. — Eduarda disse. Vitória o olhou, fazendo um rostinho pidão.

— Claro que pode. Vamos lá. — Vitória comemora, e de repente, Guilherme sente a mãe apertar sua mão e sussurrar em seu ouvido:

— Ouvi dizer que tem um trenzinho ali também, quer ir? — Guilherme concordou com a cabeça, mas sussurrou de volta:

— Mas posso ir com o meu pai? — Sussurra.

— Claro, meu amor, que tal a gente ir no carrossel primeiro, junto com a sua irmã? Depois a gente vai no trenzinho. — Guilherme concorda, mais sorridente. — Vem, vamos. — Ela o puxa pela mão até o carrossel, onde ficam na fila.

— Por que ele é tão quieto? — Lucas pergunta, sentindo a mão de Vitória segurar a dele, mas Guilherme continua segurando a mão de Eduarda.

— Ele sempre foi mais tímido que a Vitória, o problema é que de uns tempos pra cá, na escola, ele vem sendo deixado de lado, por causa da asma. Ele não consegue acompanhar. — Ela suspira. — Mas não se preocupa, quando ele se sentir confortável contigo ele vai se abrir mais. — Eduarda piscou para Lucas, que sorriu para Guilherme.

— Próximos. — Disse a funcionária do brinquedo, então, alguns grupos de crianças depois, Vitória estava sentada em um cavalo com rédeas prateadas e Guilherme em rédeas roxas. Eduarda segurou o filho enquanto Vitória ria e se esbaldava e Lucas tentava segurá-la, tendo como modelo Guilherme, o que não ajudava, já que o garoto era quieto, diferente da garota.

— Tu é meu pai, né? — Vitória perguntou, sorrindo.

— Sou. Sou sim. — Respondeu Lucas, também sorrindo. Vitória riu.

— Posso te chamar assim? — Lucas concordou com a cabeça e a garotinha comemorou. — Legal! Papai. A mamãe disse que eu tenho um primo, e que eu tenho duas tias legais e uma avó assim. — Vitória fez um biquinho, ergueu o queixo, cruzou as mãos apoiando-as no cavalo e chacoalhou a cabeça de um lado pro outro. Lucas não conseguiu conter a risada, o que fez Vitória sorrir.

— Ela é assim mesmo. Você e seu irmão tem que conhecer ela. — Disse, sorrindo. — E o primo de vocês.

— Como ele chama? Eu esqueci... — Vitória disse.

— José Pedro, que nem o pai, que já virou estrelinha. — Explica Lucas, da melhor forma que consegue.

— José!? Esse é o nome do Gui! José Guilherme! E eu sou Maria Vitória! — Ela sorri, balançando as pernas. Lucas olha pra Eduarda, que aponta para algo fora do carrossel e conversa com o pequeno. José Guilherme e Maria Vitória. Por que os primeiros nomes de seus pais?

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora